estupro: a culpa é da caça?

coisas que causam estupro: ( ) flertar ( ) a roupa que estou usando ( ) beber demais (XXXXX) estupradores

Li uma notícia que me entristeceu muito esta manhã*. Os funcionários de uma fábrica da Sadia embebedaram uma colega de trabalho, a estupraram, filmaram e fotografaram tudo e depois divulgaram as imagens entre os coleguinhas da firma.

Leia a história toda aqui

Não sei o que me revolta mais: o fato em si (8 caras violentarem uma mulher – que trabalhava com eles) ou o fato de eles terem documentado tudo e divulgado depois, como se achassem que o o estupro fosse legal de mostrar por aí, que foi engraçado/bonito, que o que fizeram não foi crime.

Tá bom, tem mais uma coisa que me revoltou demais, a razão deste post, este comentário:

Daniel Bernardes

Se essa mulher tivesse vergonha na cara na saiu pra encher o caneco com um bando de macho. Olha no que deu. O problema hoje em dia é que tem mulheres que sai pra farra com um bando de macho e quando acontece um absurdo desse ela se passa por inocente. A justiça precisa ver os dois lados e apurar o que realmente aconteceu. Acredito que antes mesmo de se afirmar o tal estupro é necessario averiguar se não houve consentimento da fulaninha antes de encher a cara com bebida. Não estou defendendo os homens .. mais tem mulheres que procuram o óbvio.”

A mulher bebeu com os colegas de trabalho (deus sabe lá o que havia na bebida, mas mesmo que não houvesse nada, ela tem a liberdade de fazer o que bem entender da própria vida), foi estuprada e depois “se passou de inocente”? OI?!!?!?!

chega de “se o estupro é inevitável, relaxa e goza”

chega de “mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas”

chega de perguntar na delegacia qual roupa a vítima estava vestindo ou se ela havia bebido

chega de culpar as mulheres por serem quem elas quiserem ser

chega de tentar encontrar, na vítima, o motivo da violência que sofreram

chega de proteger o bandido, a pessoa que interferiu na liberdade da outra, que violentou, que ouviu os gritos e não fez nada (ou pior, se excitou), que se aproveitou da outra, que usou da própria força para “ter as coisas do próprio jeito”, que forçou a barra, que não soube ouvir “não”

chega, gente, qual é o problema de vocês?

chega.

Recentemente vi um filme sobre violência sexual que recomendo. Chama-se Confiar, dirigido por David Schwimmer (sim, o Ross, de Friends) e estrelado por Clive Owen e Liana Liberato (não, não é filha do Gugu).

É a história de uma menina de 13 anos que conhece um cara pela internet, muito mais velho que ela, que a seduz e a violenta. A garota não grita, só diz “não. Ela vai até o violentador, entra em seu quarto de hotel com as próprias pernas. No começo, ela acha que o ama. Nada disso ameniza o crime. Não deixou de ser um estupro.

O filme trata dos sentimentos em torno da violência: tanto os dos pais que tentam lidar com a situação quanto os da filha, que por um bom tempo não acha que tinha sido violentada.

Por que o estupro masculino choca muito mais que o feminino? Porque aí, no caso, ele não estava “provocando” o estuprador? É isso? Então tudo bem estuprar uma mulher, as pessoas já fazem isso há séculos. Mas estuprar um homem?! Como pode, né?

Estamos acostumados demais com a violência contra a mulher?

E não falo só do estupro, mas do namorado que mata a namorada porque ela terminou com ele, do marido que proíbe a mulher de sair de casa, do chefe que se insinua para a funcionária, do médico que põe a mão no peito da paciente sedada, do pedreiro que assovia para a pedestre do outro lado da rua.

Ok, mas esse é o pensamento de gente que não tem educação, está longe da nossa realidade. OH, REALLY?

Quem disse a frase abaixo foi um amigo – uma faculdade nas costas, classe média alta, bagagem cultural de fazer inveja – ao passar pela “Slut Walk” na Avenida Paulista, em São Paulo (Slut Walk: quela passeata mundial, criada no Canadá, contra a violência contra as mulheres em que muitas vão com roupas de “vadia” – a foto do começo do post é de uma Slut Walk gringa)

Tem tanta mulher safada na passeata que não tem espaço pras “moças de família” participarem”.

É, porque as moças de família são as que se vestem com roupas comportadas. Não bebem até cair. Não falam palavrão, não fazem piercing, não têm tatuagem, não fazem sexo antes do casamento, não engravidam por acidente, não saem na rua à noite. “Não provocam”. E, por isso, nunca serão estupradas, né?

Tem gente que não entende mesmo.

vivemos em uma sociedade que ensina "não seja estuprada" ao invés de "não estupre"

* Na verdade, li duas notícias terríveis. A segunda vou deixar o link aqui, me deixou muito triste e choca demais por haver um vídeo do acidente, de tudo que aconteceu. Não vou discutir o assunto agora: criança pequena é atropelada por uma van (e depois por um caminhão) na China e ninguém para pra ajudar

27 comentários em “estupro: a culpa é da caça?”

  1. Nunca esqueço quando menstruei pela primeira vez (cedo, com 10 anos!) minha mãe sentou e conversou comigo, me explicando que agora eu era uma mulher e que podia engravidar. Que eu já tinha o corpo muito desenvolvido pra minha idade e que a partir de agora eu deveria tomar mais cuidado com minha postura (era criança serelepe, sentava de qualquer jeito, não me importava) e também com as roupas. Não encaro isso como repressão, mas sim, como a maneira que ela encontrou pra me proteger, ainda mais por ser tão nova e não ter tanta noção. Só que a gente não vê os pais conversando com os meninos, falando que eles tem que respeitar a vontade das mulheres, que a gente não nasceu para satisfazê-los. O que se vê é um estímulo a uma suposta “virilidade” que chega a ser desrespeitosa! Vivemos sim aprendendo o “não seja estuprada” e há necessidades urgentes de mudança. Só que quando (e se) eu for mãe de uma menina, se as coisas continuarem assim, o instinto materno vai ser tentar proteger, apesar de não ser a minha filha (nem a filha de ninguém) quem tem que aprender a se portar e se comportar.

  2. Milena eu acredito que os homens são fruto da educação das “MÃES” e nosso papel como mulher é criar bons HOMENS! Tenho uma luta diária para mostrar isso ao meu filho,e não deixar ele se sentir diferente dos colegas, A vida toda ouvi minha mãe dizer ao irmão que nunca fizesse para menina nenhuma aquilo que não gostaria que fizessem com as suas irmãs…e foi uma grande lição!
    Sua mãe foi cuidadosa e a minha tbm para a época…
    Tenho a sorte de ter ao meu lado um homem que pensa da mesma forma o que deixa essa luta mais suave e o principal regada de bons exemplos…Vou continuar lutando por formar um HOMEM de verdade,para que ele consiga ter ao seu lado uma grande mulher.. respeitando e sendo respeitado, admirando e sendo admirado…

    1. Sim, o importante é não generalizar. O fato de ser MUITO mais fácil ver a educação das meninas nesse aspecto, não significa que ninguém educa os meninos, caso contrário, todos os homens seriam “babacas”, e tem muito homem bacana por aí! É importante sim os pais também educarem os meninos, e fico feliz em saber que têm casais que pensam assim. Te desejo tudo de bom nessa árdua, mas linda jornada de ser mãe!

      1. com certeza, tudo começa em casa, com EDUCAÇÃO!
        O fato de já haver cada vez menos famílias levando o filho adolescente no puteiro pra “aprender” já mostra que evoluímos bastante.
        Mas o ambiente ainda não está seguro. E tem muita mulher machista por aí – não é coisa só de homem, não.

  3. “A justiça precisa ver os dois lados e apurar o que realmente aconteceu.” O que aconteceu foi um ESTUPRO. Um ato covarde de violência, realizado por bestas que deveriam ser privadas do direito de viver em sociedade – já que não o sabem fazer. É, de fato, revoltante, a postura machista e conivente com esse tipo de crime que, em última instância, é considerado um ato de virilidade.

    Estupro não é um ato viril – ao contrário, é covarde – não é culpa da vítima – que, como o próprio nome diz, é VÍTIMA – não é perdoável e, sim, é uma violência, não importa o que a mentalidade sexista queira defender.

  4. Com certeza essa recomendação do não se deixar ser estruprada evidencia um sintoma do machismo apedeuta da grosseira cultura brasileira. Mesmo assim, acredito que as recomendações sobre como a mulher deve se portar sejam válidas tanto aqui como alhures. Potenciais estupradores são encontrados em todos os lugares, em alguns mais, outros menos, dependendo de nível civilizacional e etc., e a mulher deve evitar colocar-se em situações de risco. Beber sozinha entre vários homens até o estágio de perder a sobriedade é uma dessas situações que acendem as luzes vermelhas para um crime dessa natureza. Seria ideal se não fosse assim, mas infelizmente é.

    1. Olha, Sven… ela não tava bebendo num bar em uma esquina escusa com caras estranhos que lhe pagavam bebidas suspeitas. Ela estava em uma confraternização após o trabalho. Com colegas de trabalho.
      Se a gente viver com medo, não sai de casa, né? Vai ficar na paranoia achando que qualquer um pode ser um estuprador? E aí? A culpa é nossa de querermos nos divertir ou dos caras que são CRIMINOSOS?

      Defina o que é “se portar”, por favor. É ser uma boneca de porcelana? Bailarina que não faz cocô nem tem cecê? É usar uma burca? Porque, honestamente, é isso que uma parte dessa galera que cobre as mulheres pensa: que elas estão “tentando” os homens com seus cabelos descobertos.

    2. Sven, eu concordo com você que são válidas as recomendações de como a mulher deva se portar. Assim como também são muito válidas – e igualmente necessárias – as recomendações de como os HOMENS devam se portar. Não adianta educar as meninas, falar para elas o que é um comportamento que “atrai estupradores” e não educar os meninos a não encararem todo e qualquer comportamento feminino como uma provocação e um passe livre para fazer sexo com aquela mulher – queira ela esse sexo ou não. Se formos raciocinar assim, a “educação” das meninas ficará cada vez mais dura, as mulheres serão naturalmente privadas cada vez de mais coisas e a gente começa a retroceder na História. Acho, sim, que as mães de meninas devem tentar protegê-las, mostrando para elas os riscos de certas situações e dando uma formação humanística sólida para essas meninas. Mas acho mais ainda que as mães de meninos devem ensiná-los o que é ter caráter e não tratar a mulher como um objeto, privo de vontades.

  5. Mundo de hipócritas, mundo de gente que não gosta de se imaginar na pele dos outros, mundo de gente que compra DVD pirata e reclama que as produtoras de vídeo não tem emprego, de pessoas que fazem gato de tv a cabo e reclamam que é tudo muito caro, de gente que odeia que furem fila, mas adora encontrar um amigo na fila. De gente que adora ir pra uma balada pegar as “tchulangas” e traçar na primeira noite, mas que odeia que a irmã saia de casa. Mundo de gente de órfãos. Mundo de gente sem irmãs, sem filhas, sem primas, sem amigas. Mundo sem família.

    No Brasil, o que mais se ensina é a apontar para os outros e nunca para pensar sobre si mesmo.

    Por estatísticas americanas, 1 em cada 3 mulheres vai sofrer assalto sexual grave na vida.

    Isso pra não falar das inúmeras mulheres que são maltratadas pelos próprios maridos, pais e filhos.

    1. Acho que são basicamente dois tipos de estupro: aquele do maníaco que pega qualquer ser do sexo feminino na rua, aponta uma arma e leva pro mato e aquele feito por pessoas que a vítima confia.
      Quando é a primeira opção, o crime parece que é mais “claro” pra sociedade.
      Quando é a segunda, aí sim, aparecem os defensores do estuprador, que tentam amenizar a coisa.

      Se não me engano, é na Suécia que existem VARIOS graus de estupro, que vão desde ignorar o desejo da mulher que o parceiro use camisinha até o estupro “à mão armada”. O Julian Assange é acusado deste crime mais leve (e não está nem em julgamento. A questão dele é outra, com os EUA e, enfim, não sei o suficiente para discutir – nem acho que este é o lugar pra isso)
      Uma dica de leitura: Os homens que não amavam as mulheres, do Stieg Larsson. Além de ser um livro emocionante, divertido, interessante e, enfim, legal, também fala sobre diversos crimes contra a mulher.

  6. Lívia, eu também tenho pensado muito sobre isso ultimamente, não só devido a casos na mídia, mas infelizmente por casos que ocorreram com pessoas próximas a mim. Dizer que cada um deve se vestir e se portar como lhe convenha, contanto que não agrida outra pessoa, é dizer o óbvio, mas na realidade vemos que nem todos pensam assim. Seu amigo sugere que as mulheres não deveriam se colocar em situações de risco, mas na minha opinião ninguém conhece uma real situação de perigo até que ela aconteça. Nesse caso, ao que parece, a moça foi beber com colegas do trabalho, em outro foi pegar uma carona com o chefe, em outro foi levada por um conhecido até um lugar um pouco mais distante… Situações em que todos nós podemos nos imaginar.
    Nossa cultura ainda está empregnada de conceitos machistas e que são coniventes com a violência contra a mulher. Homens e muitas mulheres ainda pensam no que a vítima deve ter feito para motivar a violência, sendo que não há nada que uma mulher possa fazer que justifique o estupro ou o assédio. Mas seguimos rotulando mulheres como piriguetes, aceitando que façam do corpo feminino objeto em espetáculos de televisão e publicidade e rindo de piadas machistas em programas de humor. Acho que todos os comportamentos estão relacionados e colaboram para que o pensamento como o de Daniel Bernardes e atos de violência contra a mulher se proliferem.

  7. nem sei o que comentar, a vida de uma mulher é tão difícil, tão sem voz. Eu sou totalmente contra feministas que ficam defendendo as suas causas banais só pq pensam que o simples fato de terem nascido mulher as faz especiais e com mais direitos q qualquer outro ser humano. tipo, elas querem ser tratadas como iguais, mas na hora de pagar a conta do restaurante, elas são damas e acham q é obrigação do homem. se somos iguais e se queremos respeito deveriamos começar pagando a nossa conta ou abrindo a porta do carro com a propria mão. nao gosto de mulherzinha q pensa q ta num roteiro de filme ou num conto de fadas. feminismo é banal.
    mas ai vir falar esses absurdos de q praticamente as mulheres merecem ser estupradas pq ficam dando sopa é demais. este estupro declarado é nojento, mas ainda existe um estupro tao nojento quando e que as vezes, sei la por que razão, nós mulheres nos sentimos obrigadas a permitir. tipo quando o seu marido quer sexo e nao entende que vc nao está afim, mas vc acaba deixando pq isso é mais facil e menos doloroso do que aguentar a briga que viria por negar sexo. minha mae fez isso por anos, fez sexo com meu pai sem vontade so pra nao deixar a biga se estender. depois casei, e nao tem sido muito diferente
    pra mim so o fato de um homem nao entender que o desejo sexual da mulher pode ser menor do q o dele ja é por demais nojento. eu acho q existem pessoas que naturalmente nao gostam de sexo, mas o foda é aguentar alguem tentando te convencer de q se vc nao gosta de sexo vc deve ter alguma anomalia ou ser doente ou ser louca. eu queria ter o simples direito de nao gostar de sexo, pena q eu nao sabia disso antes de casar, senao nao teria casado

  8. Pingback: ainda sobre o estupro: quando a violência está dentro de casa « jeitinho meio blasè

  9. Tem uma campanha nos EUA que fala sobre esse tipo de estupro; a campanha é estrelada pela Kristen Stewart e explora uma situação em que um homem transa com uma mulher bêbada no fim do encontro. A campanha tenta conscientizar as pessoas de que alguém que não esteja em posse de suas faculdades de decisão (no caso da mulher que estava embriagada) sofre sim violência sexual pelo simples fato de que ela não está em condições de julgar o que é melhor pra ela; mesmo se ela concordar com o ato, ela continua sem ter poder de decisão e quando o homem se aproveita dessa situação ele está SIM cometendo um estupro.
    Acho engraçado que os homens querem, por exemplo, personalizar e equipar seu carro e vai se sentir violado em seu direito se alguém o roubar numa rua. Ninguém tem o direito de querer o que é dele mesmo se esse carro chamar a atenção de alguém o suficiente pra querer roubá-lo. Já se uma mulher quiser usar o seu direito de viver (porque é exatamente isso que a gente faz quando toma determinadas escolhas) e for lesada nele, ela é a culpada por provocar essa atitude. A sociedade precisa mudar muito pra esse tipo de coisa deixar de acontecer. Mas o pior é que tem muita mulher com essa mentalidade machista e são elas que continuam criando monstros. Já ouvi muita mulher falar essa barbaridade de “mas tem mulher que provoca, parece at´q que pede pra vir um e estuprar”! Não tenho nem como dimensionar o tamanho do nojo que eu sinto quando me deparo com uma situação dessa.

  10. Indiguinada com essa história, indiguinada! Fico possessa com isso. Acho que as feministas têm que se unir e se organizar, sim! Nunca ouvi falar de feminista que se acha superior aos homens, muito pelo contrário, a luta das feministas é pela igualdade, igualdade de direitos. Sempre foi essa! Acho que nós mulheres temos que nos posicionar de forma assertiva. A violência contra a mulher é uma covardia tolerada pela sociedade e tão enraigada, que ninguém percebe mais. Pensa bem se vocês mulheres já não passaram por alguma situação constrangedora na sua vida provocada pelo comportamento inadequado de algum homem? Começar pelos meninos na adolescência que queriam “passar a mão” na sua bunda, na sua perna, nos seus “peitinhos”? Ou os pegajosos na rua que passam bem perto fazendo aquele barulho com a boca de ” que delícia”, bem perto da sua nuca? Ou o velho com cara de tarado te encarando no ônibus, trem, metrô? Acho que quase todas nós já passamos por algo assim. Agora pergunta pros rapazes a mesma coisa? Pois eu tenho reagido nessas situações. Adotei a política de tolerância zero nesses casos. Não vou mais me sentir mal por ser mulher e mais fraca. Outro dia, um moleque de seus 14 anos veio atrás de mim falando as maiores baixarias, eu andei um quarteirão inteiro com este monstrinho me assediando, quando pensei por quê? Eu vou reagir, pois eu virei e encarei ele, e como todo covarde ele se assustou. Perguntei: “o moleque, você nasceu sem mãe, foi? Pois se não, pense se um idiota igual a você fizesse isso prá ela? Você ia gostar?” Ele se assustou e atravessou a rua. Outro dia foi no ônibus, um babaca ficou me encarando, eu na minha, estava de pé, vagou um lugar me sentei, o babaca se levantou e veio do meu lado e me encarava com uma cara nojenta de tarado. De repente ele sussurrou: gostosa! e passou a mão nas minhas pernas, Argh! fiquei tão brava! Não titubeei: falei bem alto prá todo mundo no ônibus ouvir e ver o nada que ele é: “Me respeita, seu tarado, nojento! Sai de perto de mim e para de me encarar! Tenho nojo de você, covarde!” O mané olhou com cara de assustado, como quem diz: o que eu fiz? Acho que nunca uma mulher reagiu e espero que ele pense muito antes de assediar outra mulher!
    A gente não pode calar, ser feminista significa ser chata? Pois prefiro ser chata do que aceitar esses absurdos!

  11. Podem fazer o que quiserem, reclamar o quanto puderem e educar o maximo possivel, mas enquanto nao resolverem a raiz do problema ele continuarah acontecendo! E a raiz, qual eh? A raiz do problema eh a repressao sexual que nos vivemos em nossa sociedade! Achar que a nudez eh proibida, que o sexo eh tabu e que as pessoas, tanto as mulheres como os homens sao propriedades de outras pessoas, como propriedade do marido ou como propriedade da esposa, eh o que leva a uma disfuncao social. Da forma como a nossa sociedade lida com a sexualidade hoje em dia eh impossivel nao haver sentimentos de frustracao, ciume, posse, inadequacao sexual e inadequacao social, e isso, inevitavelmente levarah a violencia! Nao adianta apontar culpados, nem tentar tapar buracos com uma educacao assim ou assada, eh necessario mudar a nossa postura com relacao ao sexo, e soh assim, toda essa carga negativa, vinda dessa forma “unnatural” da tratar a sexualidade, vai poder desaparecer!

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