Lições que aprendi com outras mulheres que viajam sozinhas

Existem muitas mulheres inspiradoras no mundo, algumas famosíssimas, outras anônimas, algumas que viajam, outras que nunca saíram da própria cidade. Convido você a olhar as mulheres à sua volta e a valorizar suas características mais interessantes, a se inspirar nelas e aproveitar sua força para se tornar a mulher que você quer ser! Para começar esse exercício, divido com vocês nesse post as histórias de mulheres viajantes que conheço pessoalmente e admiro.

(foto acima tirada dentro de um sangthew lotado, mulheres guerreiras cujo nome nunca soube, viajando pelo Laos com bom humor e simpatia)

 

Se você já assistiu o filme Livre (2014), com a Reese Witherspoon, talvez se lembre da alegria que ela ficou quando encontrou outra mulher fazendo a PCT (Pacific Crest Trail, uma trilha ao longo dos picos mais altos paralelos à costa Pacífico dos EUA, da fronteira com o México até a fronteira com o Canadá). Se você não viu esse filme ainda, tem o trailer no final do post! Eu me identifiquei super porque quando encontro uma mulher que viaja sozinha, rola uma simpatia automática e já quero virar amiga instantaneamente (e às vezes viro mesmo!).

 

Antes de existirem milhares de blogs de viagem específicas para “solo female travellers” (mulheres que viajam sozinhas – sim, existe esse nicho de viagens e esse blog faz parte dele!), foi com as viajantes que eu aprendi a organizar minha viagem e meu mochilão, a enfrentar (ou calar, se fosse o melhor a fazer no país) assédios, a lidar com a menstruação em longas jornadas de ônibus, trem, avião, a pedir carona, a me sentir mais segura para viajar para os lugares que eu sempre quis ir.

 

Jamais vou me esquecer de uma noite em Oaxaca, México, logo na noite depois do Dia dos Mortos, em que, sem combinar, cinco mulheres viajantes independentes, nascidas em diferentes partes do mundo, nos sentamos no terraço do hostel e conversamos longamente. Trocamos experiências de viagem, pintamos as unhas dos pés, falamos sobre o preconceito sobre ser uma mulher livre na estrada, sobre diferentes experiências místicas, planos de vida, sobre tudo! Foi tão especial e tão sagrado. Um Samhain particular, ainda que eu não tivesse me atinado para isso na hora.

 

Quando encontro outra mulher viajando sozinha, ela geralmente vem cheia de histórias que me inspiram a seguir na estrada, com ou sem acompanhantes. Abaixo compartilho as lições que aprendi com algumas das mulheres que foram mais importantes para a minha formação como viajante e ~ser humano do mundo~. Ainda que estejam espalhadas pelos 5 continentes, elas são minhas amigas até hoje!

 

Desculpa pelas fotos ruins, mas algumas foram tiradas com câmeras digital comprada em 2007 e outras com a câmera frontal do celular. Mais importantes que a qualidade a nossa pose de belas, recatadas e do lar é a história de cada uma das mulheres retratadas.

 

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A Lena é alemã e hoje mora com seu marido e seu filho no Marrocos.

 

Nos conhecemos no Paraguai, quando eu estava de intercâmbio em Asunción, em 2008. Essa foto com o chiclete é piada interna, hehe.

 

A Lena foi a primeira mulher a viajar sozinha que conheci! Foi a partir dos relatos dela que percebi que viajar sozinha não era tão difícil quanto eu imaginava, que viajar pela América Latina sozinha não tinha complicações e que existia uma diversidade de mulheres que viajavam sozinhas pelo mundo! Depois nos encontramos de novo em Frankfurt, um alô rápido pouco antes de a Lena se mudar pro Marrocos.

 

Prometi visita-la, mas CADÊ TEMPO E DINHEIRO PRA FAZER TODAS AS VIAGENS QUE QUERO!? Pelo menos esse é um problema bom, né? hehehe

 

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A Flor é argentina e hoje mora no Brasil, em Belo Horizonte! A gente se vê sempre que possível e somos companheiras de muitos carnavais <3

 

Flor foi uma das primeiras mulheres mochileiras que conheci. Fizemos intercâmbio juntas em Asunción, Paraguai, em 2008 e, depois desse período, eu tomei coragem e fiz meu primeiro mochilão de Asunción até Lima, no Peru, graças às valiosas dicas da Flor.

 

Ela me ajudou com recomendações de hosteis, passeios e restaurantes e também me deu injeções de coragem para fazer minha primeira viagem sozinha. E não é que foi bem mais fácil do que eu imaginava? Foi por isso que nunca mais parei 🙂

 

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A Brenda é australiana e hoje não sei bem se ela está morando na Nova Zelândia, nos EUA ou em outro país à sua escolha.

 

Nos conhecemos na fila para pegar um ônibus de Uyuni para Potosí, na Bolívia, durante meu primeiro mochilão, em 2008. Ela não sabia falar uma palavra de espanhol e, na Bolívia, o portunhol é mais efetivo que o inglês. Apesar desse tropeço com linguagem, Brenda é nômade profissional, teve uma filha quando morava nos EUA, voltou pra Austrália e depois de 1 ano, foi viajar pela Ásia com a bebê a tiracolo. Aos 40 anos em 2008, era a primeira vez que viajava pela América do Sul.

 

Como tínhamos planos de viagem parecidos até Machu Picchu, decidimos viajar juntas, dividindo quartos de hotel, refeições gigantes e piriris inesquecíveis por causa da comida boliviana hahahaha (juro, depois de passar mal na Bolívia, nunca mais tive problemas com comida, mesmo na Índia!).

 

Com sua vasta experiência em viagens sozinha, Brenda me ensinou vários truques para arrumar o mochilão, barganhar preços, viajar com menos stress com planos, cronogramas e horários e a organizar a vida para viajar mais com menos dinheiro!

 

Se eu quero ser a Brenda quando crescer? Não, tenho outros objetivos, mas ela com certeza ela é uma inspiração constante! A gente ainda troca e-mails às vezes. Aliás, é uma boa ideia mandar uma mensagem agora (e enviar o link do post!).

 

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A Luísa é brasileira, hehe, e hoje mora em São Paulo.

 

Somos amigas há muitos anos e essa foto é de 2007, quando eu tinha cabelo rosa e nós duas já éramos da zoeira e tirávamos fotos fazendo caras e bocas com a cybershot emprestada dos pais 🙂

 

Eu e Lú temos um ritual importante: sempre que eu volto de uma viagem longa, ela faz de tudo pra vir me buscar no aeroporto de Guarulhos <3 Até agora deu certo quase todas as vezes, só a última que não, mas a gente tomou café da manhã juntas, então já podemos chamar de tradição, né??

 

Somos parceiras de vida, honestas uma com a outra como só amigas de longa data podem ser. Compartilhamos paixões parecidas e, com ela, aprendo todos os dias!

 

Em relação a viagens, foi com a Lú que aprendi a viajar junto. Não como a gente viaja com a família, mas como viajar com amigos. A gente teve nossos momentos de briga, mas aprendemos juntas a respeitar o tempo uma da outra, a se separar para depois encontrar de novo, a ceder quando a vontade é ficar junta mesmo se o rolê não seja 100% o que a gente quer fazer no momento. 

 

Ainda tenho muito a aprender sobre viajar em grupo, hahahaha, porque tenho mesmo o hábito de viajar sozinha, mas estou tentando aprender!

 

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Maria Tereza é brasileira e mora hoje em Belo Horizonte.

 

Conheci a TT quando ingressei no curso de Comunicação Social da UFMG, em 2005 (a foto é de 2006, note o DISCMAN no canto inferior). Quem a conhece à primeira vista, jamais imaginaria que essa mulher de aparência delicada, voz meiga e tímida já morou sozinha na Índia, um dos lugares mais difícieis para mulheres!

 

Tt tem fibra, é decidida, sabe o que quer e consegue colocar seus objetivos em prática, com paciência e destreza de quem sabe como e quando vai chegar. Ela vai ser a maior empresária do Brasil em alguns anos, anotem!

 

Admiro demais a TT, ela é uma inspiração pra eu sair da minha zona de conforto e ir atrás do que quero com foco, planejamento e persistência. Ainda preciso de muitas lições para conseguir fazer isso, especialmente a parte do planejamento!!

 

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A Giovana é brasileira e mora em São Paulo.

 

Nos conhecemos em 2010, quando fizemos Curso Abril em São Paulo. Viajamos juntas em 2013 pelo Pará (foto), Maranhão e Amazonas e recentemente dividimos apê em Sampa, o que tem sido uma experiência ótima! A Gi já viajou pra vários lugares incríveis, sozinha e acompanhada.

 

Foi a Gi que me ensinou a dividir meu mochilão em diversos sacos de roupas, estratégia de organização que uso e recomendo! E ela tem vários esquemas pra viajar mais barato! Tenho muito a aprender com essa amiga <3 Gi também me apresentou pra vários ritmos musicais que hoje estão entre os meus favoritos e é uma companheira constante de rolês corretos 🙂

 

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A Peggy é holandesa, mora em Roterdã (foto), mas está em uma viagem pelo mundo no momento.

 

Nos conhecemos em uma viagem que fiz com minha amiga Luísa (também nesse post) para Buenos Aires em 2010. Nós três rodamos muito a capital argentina à pé e, quando fui pra Holanda em 2012, não poderia deixar de ir visitar a Peggy na cidade dela! Ela é engraçada, divertida e mostrou que, mesmo tendo várias alergias alimentares bizarras, é possível viajar para qualquer lugar sem morrer de fome e ainda manter-se saudável.

 

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Aaji (esq) e Gemma são duas amigas canadenses, que moram hoje no Canadá.

 

As conheci num ônibus para a Koh Phangan, na Tailândia, e desde essa viagem (que teve ônibus com ar condicionado quebrado, atrasos e milhares de paradas onde ninguém entrava nem saía), a gente viveu altas aventuras juntas.

 

Já no caminho pro ônibus, perguntei se elas topavam dividir um quarto na beira da praia. Saímos pra festa, alugamos moto e… eu e Aaji caímos (eu tava na garupa da moto dela), machucando seriamente o joelho. Nunca contei essa história no blog porque na época que aconteceu eu tentei esconder o ocorrido do seguro de viagem (o seguro da Aaji não cobria acidentes de moto), mas deu tudo certo: a Aaji teve um ferimento mais sério e foi com a Gemma para um hospital em outra ilha, eu fiquei sozinha no quartão com três camas em Koh Phangan.

 

Eu já estava preparada pra me sentir a coitadinha por vários dias, mas logo no dia seguinte já conheci três amigos que precisavam de cama (a ilha estava lotada porque era época da Full Moon Party), ofereci meu quartão pra dividirmos o preço e saí dando rolês na garupa da moto de um deles (que dirigiu muitoooo devagaaaar, tá?).

 

Muito bem, eu achei que nunca mais veria aquelas duas canadenses super divertidas.

LEDO ENGANO, logo no dia que peguei a balsa para voltar a Bangkok de ônibus, quem é que chegou de balsa vindo de outra ilha para fazer o mesmo trajeto, no mesmo ônibus?? Aaji e Gemma!!

 

Depois dessa coincidência, seguimos combinando de nos encontrarmos em cidades pelo Sudeste Asiático, elas num ritmo e eu em outro. Eu chegava numa cidade e recomendava um hostel pra elas ficarem, elas iam. Depois eu ficava mais tempo na cidade, elas seguiam viagem e me falavam de um lugar legal que eu precisava visitar, eu ia. E aconteceu de nos encontrarmos por acaso mais uma vez, em Don Det, no sul do Laos. Elas foram as primeiras pessoas que eu vi quando saí do barquinho e pisei na ilha!

 

O mundo é mesmo do tamanho de uma casca de ervilha anã, né?

 

Bom, com as meninas, aprendi muito sobre viajar juntas por longos períodos de tempo. Elas são muito independentes, ainda que estivessem viajando juntas. Eu também aprendi sobre paquera no Hemisfério Norte, porque as duas eram profissionais no assunto hehe.

 

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A Ingrid é norueguesa e hoje vive Oslo.

 

Nos conhecemos no Laos (foto dentro de um sangthew cheio de poeira), em 2012, em um tuktuk com mais 10 outros turistas que iam da rodoviária ao centro de Vientiane.

 

Já no hotel para onde fomos quase todos, descobrimos vários assuntos e interesses em comum e viramos amigas próximas. Nós duas tínhas sofrido com o fim de um relacionamento e estávamos viajando de coração partido, um fato que nos uniu #sororidade

 

Viajamos juntas pelo Laos por alguns dias e, quando minha volta ao mundo finalmente chegou na Europa, fui visita-la em Oslo. Ela me levou para vários lugares, me conectou com amigos que me hospedaram em outras cidades norueguesas (ainda bem, porque hospedagem lá é CARO) e ainda me deu a oportunidade de ser voluntária num festival de waffles e música!

 

Ela me fez sentir realmente em casa – espero poder retribuir quando ela vier ao Brasil! Quando nos conhecemos, ficou claro pra mim que é possível encontrar gente com os mesmos sentimentos e questões que a gente em qualquer lugar, não importa a diferença cultural.

 

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A Maha é tunisiana e hoje mora na Alemanha.

 

Nos conhecemos na Índia, quando Maha estava fazendo um intercâmbio pela AIESEC e eu estava dando a volta no mundo, rs.

 

Celebramos juntas o meu aniversário e ficamos muito próximas! Quando Maha me convidou a ir visita-la em sua casa em Tunis (foto tirada em Korbous, próximo a Tunis), dei meu jeito e fui! Maha e sua família me recepcionaram como seu eu fosse filha deles <3 Foi incrível, incrível mesmo!

 

Impossível não aprender com essa mulher fortíssima que nasceu inserida em uma sociedade em que é tão difícil ser mulher muçulmana e ainda mais mulher muçulmana negra – em Túnis a maioria é branca, de etnia árabe. Ela e a irmã, Yosra, são maravilhosas, gostaria muito que vivêssemos mais perto umas das outras (mal posso esperar para vê-las, seja no Brasil, na Alemanha ou na Tunísia).

 

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Deniz é turca e hoje mora na Turquia.

 

Procura no dicionário por “mulher LIVRE” e provavelmente vai ter uma foto da Deniz lá. Cuidadosa, carinhosa e ao mesmo tempo liberta para fazer o que bem entender na vida, não deve ser fácil ser assim na Turquia. Deve ser por isso que ela tem tantos amigos estrangeiros. E sabe o que é mais interessante? Em um dia ela está assim toda pintada pronta pra balada, bebendo o quanto quer e fazendo o que quer e no dia seguinte ela faz plantão de 24h num hospital em Istambul. “Don’t worry, I’m a nurse!” As aparências enganam, é preciso lembrar sempre.

 

Deniz já viajou pra todo lado, faz das viagens uma prioridade em sua vida. Qualquer tempinho extra ela transforma em diversão: seja um feriado em alguma ilha próxima, duas semanas em Cuba, um mês no Brasil (ela veio pro carnaval! <3) ou uma festa particular num barco pelo Bósforo, não tem tempo ruim. Sua alegria de viver é contagiante e inspiradora!

 

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Essa lista não poderia estar completa sem a Gabriela Pires, brasileira que hoje mora em Belo Horizonte.

 

Ainda que nós duas sejamos belorizontinas, nos conhecemos em São Paulo através de uma amiga paranaense (oi? Vai entender…) e ficamos amigas graças ao amor por viagens, comidas e pela vida bem vivida! Gabi é um exemplo de desapego, de individualidade e de companheirismo, tudo ao mesmo tempo. E é parceira de rolês gastronômicos e artísticos!

 

Foi graças a ela que foi para o México em 2014. Eu estava pensando em uma nova viagem para fazer, com planos de ir para a Turquia (onde tenho ótimos amigos, como a Deniz aqui no post), mas a Gabi estava na Cidade do México e me questionou “por que você vai voltar pra istambul se ainda não conhece o México? Vem pra cá!”. Fui, com o plano de ficar uns dois meses e seguir viagem por terra até chegar de volta ao Brasil, mas quem disse que consegui? Me apaixonei pelo país e fiquei 6 meses muito felizes por lá.

 

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Cristiana Brandão é brasileira e hoje mora em Belo Horizonte.

 

Ainda que a gente tenha nascido na mesma cidade, só conheci a Cris no México, graças à Gabi! Seu nickname de internet é @nalarga graças a uma expressão que uma amiga usou para defini-la: “Cris, você é criada solta, que nem boi na larga” – boi criado na larga é aquele que pasta nos campos sem amarras (também conhecido pelo nome chatíssimo de pecuária extensiva). Como alguém com o nick @eusouatoa não fica amiga de uma pessoa dessas? À Toa e Na Larga, era pra ser!

 

Depois dessa foto em Teotihuacán, Cris seguiu trotando o mundo: foi pra Costa Rica, pro Peru, se recuperou de uma cirurgia de joelho e foi trabalhar no Congo Brazaville e depois fez a peregrinação pelo Caminho de Santiago (tem post sobre essa maravilhosa viagem dela aqui)Quando alguém coloca um limite na Cris, ela vai e supera esse limite com louvores!

 

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Andrea é estadunidense e hoje mora nos Estados Unidos, depois de ter vivido na Irlanda e passeado por diversos lugares sagrados pra mulheres pela Europa e América.

 

Não se deixem enganar por essa pele maravilhosa: Andrea tem mais de 40 anos e muita experiência de viagem para compartilhar! Ela é do movimento Free Hugs e já ofereceu abraços gratuitos até sob a neve do inverno finlandês – se isso não é exemplo de coragem e ternura, poucas coisas o são. Andrea também é da bruxaria, celebra rituais pagãos e hoje é especializada em massagem de fertilidade maia, tendo viajado para Belize algumas vezes para realizar cursos e se atualizar.

 

E quer saber mais? Ela reformou a própria casa sozinha! Comprou uma casa caindo aos pedaços em Portland, comprou manuais de instalação elétrica, hidráulica, levantamento de paredes, como trocar piso de madeira, etc etc etc e reformou tudo, inclusive derrubando paredes que ela não queria! Depois de tudo isso e de ter vivido na casa por alguns anos, num exemplo de desapego, Andrea vendeu sua casa, a casa que reformou sozinha, e foi viajar o mundo em busca do sagrado feminino.

 

Uma mulher fácil de conviver, divertida, livre (como todas as dessa lista de amigas da estrada) e confiante. Um exemplo de como é possível ser forte sem perder a docura jamais. Ah, Andrea e Cris participaram do inesquecível círculo de mulheres que contei no começo desse texto <3

 

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Olívia é alemã e mora hoje na Alemanha.

 

Nos conhecemos no México, em um guloso café da manhã no hostel de Mérida. A similaridade do nome e senso de humor apurado foi o que nos levou a viajar juntas por alguns dias. Nós duas pedimos carona pela primeira vez na vida juntas, indo de Mérida para as ruínas de Uxmal (foto). Depois da primeira vez, não quis parar mais, pedir carona pode ser muito interessante, especialmente com uma companhia animada e segura de si! Era muito legal sair com ela: Oi, eu sou a Lívia e essa é a Olívia, hahaha.

 

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Amita é alemã e mora na Alemanha. Seu pai é indiano, mas um indiano que viaja sozinho com uma mala de rodinhas e um mapa de papel na mão, sem guias. Esse background conferiu à Amita uma perspectiva de mundo muito interessante!

 

Nos conhecemos na minha segunda viagem à Tailândia, estávamos fazendo cursos de massagem tailandesa diferentes mas nos hospedamos no mesmo hostel e trocamos informações sobre as diferentes técnicas que aprendemos nos cursos.

Mais tarde, depois que voltei do retiro de meditação no sul da Tailândia, mandei mensagem para saber onde no mundo ela estava e nos reencontramos no Laos (foto em Muang Ngoy, lugarejo mais lindo de todos!!), quando viajamos por quase duas semanas juntas.

 

Amita é um símbolo de mulher forte e independente, bem sucedida na carreira e que ainda conseguiu achar o amor da vida no meio tempo! #lifegoals

 

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A Katie é ucraniana e hoje mora na Tailândia. Ela nasceu no mesmo dia que eu e, provando que os signos são pura verdade, a gente compartilha muitos dos mesmos sonhos e inquietações! Gêmea nascida em outra barriga, outro continente e com um ano de diferença – mas gêmea mesmo assim!

 

Nos conhecemos no Global Peace On The Move, retiro de meditação que me levou à Tailândia em 2014. Katie trabalha para a organização do encontro, a Peace Revolution, e medita várias horas por dia diariamente. E, olha, se uma pessoa que é inquieta assim como eu conseguiu morar por mais de um ano numa cidade mini que é quase um mosteiro, só posso acreditar que isso se deve ao poder da meditação!

 

Katie fala fluentemente: ucraniano, russo, inglês, mandarim e está aprendendo tailandês (a essa altura já deve ser fluente também, porque essa mulher é fogo) – sim, além de serem línguas bem diferentes, são 4 ALFABETOS diferentes! Ninja!

 

Ela também aprendeu a fazer ioga sozinha, depois foi fazer um curso intensivo de ashtanga na Índia e escreve frequentemente sobre suas aventuras e reflexões nesse blog (em inglês), além de ter ganhado um prêmio de literatura na Ucrânia com seu livro (ainda inédito)!!

 

São muitos os motivos pra ter na Katie uma inspiração. Acompanhe o blog dela para se inspirar também 🙂

 

Faltam muitas mulheres nessa lista…

… mas eu tive que parar porque se não o post ficaria enorme.

Além disso, resolvi limitar a mulheres viajantes com quem eu tinha uma selfie guardada no computador. Se eu tivesse um chip que gravasse tudo que vejo, esse post seria interminável! Ainda bem!

 

Existem muitas mulheres inspiradoras no mundo, algumas famosíssimas, outras anônimas, algumas que viajam, outras que nunca saíram da própria cidade. Convido você a olhar as mulheres à sua volta e a valorizar suas características mais interessantes, a se inspirar nelas e aproveitar sua força para se tornar a mulher que você quer ser.

 

Que mais e mais mulheres sejam seguras de si, que reivindiquem seu espaço no mundo e, se quiserem, que caiam na estrada! Juntas somos mais fortes!

 

Quer fazer sua primeira viagem sozinha? Esse post te ajuda a se preparar 😉

 

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Trabalho voluntário em uma fazenda orgânica na borda do mundo 

Peace In, Peace Out: retiro de meditação pela paz na Tailândia

 

Mais inspirações para você cair na estrada:

. Se os posts desse blog não te encantarem a fazer o mesmo, talvez esses 7 relatos de mulheres que viajaram sozinhas possam fazer isso?

. E que tal ler o livro Queria Ter Ficado Mais, com 12 histórias de viagem escritas por 12 autoras sobre 12 cidades diferentes? (eu escrevi sobre Istambul!)

. Tem também o livro “Mas você vai sozinha?”, da Gaía Passarelli, com histórias de viagens que ela fez sozinha pelo mundo!

. Vi recentemente o filme Wild, produzido e protagonizado por Reese Witherspoon, escrito a partir do livro da Cheryl Strayed, e adorei! Ele me inspirou a escrever esse post – e a colocar a PCT na minha longa lista de viagens que quero fazer:

 

1 comentário em “Lições que aprendi com outras mulheres que viajam sozinhas”

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