Na estrada da Cidade do México para Oaxaca

Cheguei de metrô na rodoviária do oeste (TAPO – Terminal de Autobuses Poniente) para pegar um ônibus da Cidade do México para Oaxaca (pronuncia-se “uarraca”), capital do estado de mesmo nome a sudoeste do Distrito Federal. Comprei passagem para as 9h, o próximo ônibus para esse destino, da empresa Sur. 370 pesos (+- 72 reais), segunda classe – um ônibus com ar condicionado, mas sem banheiro. Com o rádio do motorista sempre ligado, mas sem televisão. Ainda bem, se o ônibus não tem janelas, prefiro que não tenha banheiro. E prefiro rádio a uma tevê buzinando pessoas matraqueando no ouvido durante as 7 horas de viagem.

Eu gosto de viajar de ônibus. De ver o caminho, sentir a dureza do trajeto, experimentar como as pessoas do lugar fazem seus deslocamentos. Se durar até 12h, claro. Mais que isso… talvez seja melhor voar. Ou viajar parando no meio do caminho. Tudo depende do tempo que tenho para viajar, é claro.

 

Ainda que a viagem possa ser feita durante a noite, Gabi havia me falado que seria bonito viajar durante o dia. Como eu tenho tempo para “perder” na estrada, concordei que seria uma boa ideia. Realmente: a paisagem na estrada é bem diferente da que estamos acostumados no Brasil. Uma beleza dura. Assim que saímos do congestionamento da Cidade do México, a paisagem vai mudando de úmida para seca. Cortamos as serras altas e íngremes que circundam a cidade e chegamos a terras mais planas com pequenos morros. No meio da vegetação rasteira, meio savana, cactos se elevam, várias espécies diferentes – alguns formam até “florestas”, todos crescendo juntos (seriam uma plantação ou seu estado natural?). Cruzamos diversos rios secos, na verdade não vi nenhum com água no caminho, ainda que a estação das chuvas tenha acabado de terminar. Talvez tenha dormido durante a passagem por rios com água. Mas não posso dizer que é um deserto. Por todo lado há vegetação – e não apenas de cactos. Árvores de folhas largas e duras, gramíneas rasteiras em flor: amarelas, brancas, algumas vermelhas. Nos vales dos morros, mais verde, mais variedade, espécies que precisam de mais água e a têm.

 

 

Dentro do ônibus, um universo particular. Decisão acertada a de comprar um assento no meio do veículo: o motorista viaja ouvindo música o tempo todo. Lá atrás não se faz ouvir tanto e não estava cheio de passageiros, pude dormir espalhada em duas poltronas depois de algumas horas de viagem. Só acordava quando entravam os vendedores de comida: gelatina, sanduíches, tamales (pamonha com recheio salgado), refrigerante e água. Oferecem seus produtos no corredor do ônibus, anunciando o que têm. O veículo parou algumas vezes por ordem de fiscais ou da polícia rodoviária, mas nenhum passageiro novo entrou para continuar caminho até Oaxaca. Também não descemos em nenhuma parada com restaurante e banheiro. Talvez se eu tivesse precisado fazer xixi ele pararia para mim no posto mais próximo, mas não precisei e cheguei à Oaxaca com um pouco de fome, apesar de ter levado um grande pedaço de focaccia para comer no caminho.

 

4 da tarde e a cidade nos recebeu com um pequeno congestionamento, céu azul e temperatura agradável. O terminal de ônibus é perto do centro histórico e fui pra lá caminhando, já me apaixonando pelas ruas estreitas com casinhas coloniais pintadas de vermelho, amarelo, rosa, verde, azul. Lembra as cidades históricas de Minas, mas é muito México.

 

Hospede-se na Cidade do México

Opções na Roma/Condesa

Pra mim, o melhor bairro pra se hospedar: perto do metrô, do metrobus (BRT) e de diversos bares e restaurantes

Hostel 333 – o hostel onde trabalhei na Cidade do México. Excelente localização, preços baixos, festas no terraço.

Hostel Home – hostel parceiro do Hostel 333 – mais calmo e com excelente wifi, hehe.

Hostel Condesa

 

Opções no Centro Histórico:
Hostel Mundo Joven

Mexico City Hostel

Anys Hostal

 

Opções na Zona Rosa e Colónia Juarez

La Tercia

Hostel Inn Zona Rosa

Hotel Casa Gonzalez

 

Hospede-se em Oaxaca:

Hostel Azul Cielo

Posada del Xochitl

Hostel Cielo Rojo

Hotel Nacional

Parador San Fernando

6 comentários em “Na estrada da Cidade do México para Oaxaca”

  1. Olá,

    Tambei irei da Cidade do México para Oaxaca de ônibus em maio. Tentei comprar as passagens pela internet, mas não rolou. Eles não aceitam cartão estrangeiro. Você comprou os bilhetes com muita antecedência? To com medo pq os horários que eu queria já nao estou disponíveis pela internet…

    1. Oi Bianca! Realmente, as empresas mexicanas são complicadas na hora de comprar passagens com cartão internacional, nem sempre funciona… Mas fica tranquila que tem várias companhias que fazem o trecho, de hora em hora e com diferentes preços, então basta chegar na rodoviária (tem muitas, a que tem mais ônibus pra Oaxaca é a TAPO, metrô San Lázaro da linha rosa) e comprar seu bilhete!
      Beijos e ótima viagem!

  2. Olá Lívia,

    Estou indo para o México e também estou pensando em ir de bus para Oaxaca, mas estou com um pouco de medo, é seguro? você se sentiu tranquila?

  3. Pingback: O Dia dos Mortos no México é tipo o carnaval no Brasil!

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