Dicas hipotéticas para a sua Bogotá real

Minha amiga Mariana Garcia visitou Bogotá, capital da Colômbia, em janeiro de 2014. Ela é analista de comunicação e fotógrafa nas horas vagas, além de apreciadora de arte de rua e cervejas artesanais. A Mari escreveu o e-mail abaixo para seu amigo Fernando e foi muito gentil em compartilhar suas dicas com o blog. Leia o e-mail abaixo!

BOGOTÁ

por Mariana Garcia

Faz frio em Bogotá. Não importa se é verão abaixo da linha do Equador, a questão é que a gris e gigantesca Bogotá está a quase três mil metros de altura, no meio da Cordilheira dos Andes. No dia 13 de janeiro, minha primeira manhã por lá, resolvi começar a conhecer a cidade pelo óbvio, a Plaza de Bolíviar, e o que encontrei foi um protesto que já durava algum tempo. Eles se manifestavam contra a destituição do prefeito, Gustavo Petro, que tinha sido confirmada exatamente no dia em que cheguei. Fazia calor lá, pelo menos perto do alto-falante. Petro foi membro do M-19 antes de que o movimento fosse desmobilizado e seus membros virassem parte de algum partido de colisão de esquerda. Petro foi guerrilheiro e anos depois virou prefeito da maior cidade da Colômbia.

Quando deixei Bogotá, na sexta pela manhã, o povo ainda estava acampado em frente à prefeitura. Por falar em gente, tinham me dito que eles eram frios igual ao clima, mas na minha versão de Bogotá isso é mentira pura. Fui pro aeroporto pegar o voo pra Medellín agradecendo a cada um dos encontros incríveis que tive na cidade.

 

bogota-colombia-mariana-garcia

PARA VISITAR:

Passeio a pé em Bogotá: os passeios são oferecidos pelo Instituto Distrital de Turismo saem duas vezes ao dia, às 10h e às 14h, de segunda e domingo e são gratuitos. Quando fui, os tours em inglês aconteciam às terças e quintas e nos demais era em espanhol mesmo. O itinerário tem início no PIT da Plaza Bolívar, da esquina da Carrera 8 com a Calle 9, e passa por um tanto de lugares, como a plaza do Chorro de Quevedo, a Iglesia de Santa Clara, o Observatorio Mutis e por aí vai. O ideal é se inscrever antes para evitar não ter lugar no pequeno grupo. A inscrição pode ser feita pelo telefone (57 1) 2837115 ou pelo email: pitcentrohistorico@idt.gov.co.

É legal porque é rapidinho e eles contam histórias que dificilmente a gente acha nos guias, tipo esta aqui

 

Bogota Graffiti Tour: vi no Lonely Planet, quando cheguei lá me recomendaram várias vezes, mas acordei com ressaca e não fiz hahahaha Aí um cara que conheci no hostel me contou do itinerário e tentei reproduzir parte do caminho sozinha, mas sem a mesma graça, claro. Os detalhes aqui: http://bogotagraffiti.com/


Museo del Oro
o Banco de la Republica domina o circuito dos museus e cuida deles muito bem! O Museo del Oro pode ser chato para muita gente, mas achei uma boa forma de conhecer esse mundo incrível da era pré-colombina. É gigante, muito bem organizado e tal. Mas, se tiver que escolher entre ele e o Museo Botero, por exemplo, fique com o segundo.

Museo de Botero: fica na Candelária e na verdade é um complexo de galerias, todas com entrada gratuita. A coleção de Botero’s deles é mais impressionante que a de Medellín, a cidade onde ele nasceu. Evite a coleção numismática! Muy aburrida! Foco no Botero e nas obras doadas por ele.

Eles têm um bike tour, mas, como não sou adepta, não sei como funciona 🙁

PARA COMER:

(culinária não é o forte deles, ainda mais pra quem tem um referencial como o nosso, mas, uma vez em Roma, coma como os romanos)

 

Quinua y Amaranto: Restaurante pequeneninho na Calle 11, com Carrera 2. Inclusive, está muito pertinho do Museo Botero, que também fica na Calle 11, mas na esquina com a 4th. As senhorinhas que cuidam da cozinha são umas fofas! Sempre sorrindo e contando histórias. Eles usam ingredientes orgânicos vindos de pequenos produtores, naquele esquema de comércio solidário, sabe? Oferecem café da manhã, almoço (menu do dia) e lanche da tarde.
La Puerta Falsa: também na Calle 11 – é que tudo acontece entre a 10 e a 11. Ótima pra lanchinhos baratos e simples, bem simples. O La Puerta Falsa é um clássico dos mochileiros, mas vi muito mais locais do que viajantes quando fui lá (do jeito que o Lonely Planet me avisou). Eles tomam um chocolate quente com queijo. Isso: jogue o queijo dentro. Não gostei muito, mas é bem típico. Se você gosta de pamonha, peça o tamal deles. (Bem perto tem o La Puerta de la Tradición que também serve comida típica e é bom, razoável pra bom).
Casa Santa Clara: pra chegar até lá você precisa subir o Cerro Monserrate. o Santa Clara faz valer a subida! Pra mim, a melhor comida típica que comi por lá, uma sopa quentinha de ajiaco, com uma vista incrível da cidade (se pegar uma das mesas perto dos janelões de vidro). Ainda tive a sorte de ter dois músicos por lá, um no violão e outro numa flauta em sol. (Dê uma olhadinha no site do Monserrate depois: http://www.cerromonserrate.com/es/) É meio caro para alguns pratos de 8.000 pesos que acha na cidade, mas compensa!

 

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OUTRAS COISAS DE BOGOTÁ:

Fato é: faz frio em Bogotá. E costuma chover um bocado de abril a dezembro, mas isso não quer dizer que eu não peguei chuva em janeiro. Você deve estar pensando que é tipo São Paulo, né? Mas é muito mais frio.
Taxis são baratos e confiáveis. O taxímetro fica no espelho retrovisor na maioria dos carros. Ah! Não se assuste com os valores quebrados e gigantes. No fim das contas, uma distância BEM longa não vai ficar por mais que 25.000 pesos, que dá uns 30 reais.
 O nosso cafezinho chama tinto por lá e é um hábito nacional também.
Doce de leite é arequipe – você vai ver muito ambulante nas ruas vendendo obleas, que são um tipo de sanduíche de waffle recheado de arequipe, geléia de morango, granulado, queijo…

Tome as cervejas da Bogotá Beer Company! Te conhecendo como conheço, você vai odiar la Águila, vai achar a Club Colombia boa e vai gostar bastante de todas as artesanais da Bogotá. Não passei nenhum dos meus dias sem umas. E eles têm um pub próprio!!! http://www.bogotabeercompany.com/

 

Se tiver tempo e quiser uma experiência bem local, tome canelazo. É uma bebida quente feita de água ardente, rapadura (que eles chama de panela) e algumas vezes com frutas. Eu tomei duas vezes: primeiro num bar que a jarra pequena custa 35 mil pesos (o que eu achei bem caro) e depois numa festa na casa de uns amigos. Me disseram que vários bares têm com preços mais dignos. Ah! O bar fica no Chorro de Quevedo, num lugar que eles dizem ser a casa mais antiga de Bogotá. Mas, honestamente, não é nada de mais e caro!

 

O bairro dos artistas e intelectuais se chama Macarena e é bem simpático mesmo!

Vale dar uma circulada se tiver tempo sobrando. É um bairro boêmio, com bares e afins.

 

O Juan Valdés é rede de cafés local.

Eles estão por toda parte e o mais central é o do Centro Cultural Gabriel García Marquez (que nada mais é que uma livraria bem grande, um Banco de Bogotá ou Bancolombia bem pequeno, uma lanchonete decadente,  uma galeria sem nada de interessante e um Juan Valdés sempre lotado com homens de terno, mulheres elegantes, viajantes e estudantes. Ah! e com internet de graça. Eles são um grande monopólio, fazem um mal danado para os pequenos produtores de café, são os únicos que podem exportar, mas eu não conseguia sentir o cheira das tiendas deles e não pedir um café.

 

Fuja do Andrés Carne de Res! É unânime entre os bons mochileiros que lá é um lugar de fugir. Feito para turistas e com preços bem altos (overrated, sabe?)

 

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Todas as fotos foram tiradas pela Mariana Garcia e cedidas para uso aqui no blog. Obrigada, Mari! <3

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