Angkor foi a maior cidade pré-industrial do mundo. Em seu apogeu, ela abrigava 1 milhão de pessoas! De 802 d.C. a 1.431 d.C., ela foi a capital do império Khmer, a maioria étnica do Camboja atual.
As únicas construções que restam hoje são os magníficos templos, já que a pedra era reservada apenas para os deuses. Palácios e casas comuns eram feitas de madeira e barro – não sobreviveram ao tempo.
Hoje são mais de mil templos concentrados na área onde era Angkor, ainda que a maioria esteja reduzida a uma pilha de pedras. Há alguns templos, no entanto, que continuam de pé e impressionantes.
Bayon
Os turistas devem comprar um passe que vale por um dia (20 dólares), três dias não consecutivos (40 dólares) ou sete dias não consecutivos (60 dólares).
Comprei o passe de três dias + um pôr do sol. Como fui à bilheteria à tarde, aproveitei e já fui assistir ao pôr do sol da ponte sobre o canal ao redor de Angkor Thom.
Vejam essa bela arte no paint com o trajeto que eu fiz nos 3 dias:
Ok, confuso, mas explico.
Tarde da compra do ingresso
Se você comprar o ingresso de tarde, ganha um “pôr do sol”.
Aluguei uma bicicleta com um amigo suíço de nome português, Manuel, e fomos ver o templo de Bayon enquanto estava vazio – os turistas vão a outros lugares para o pôr do sol 🙂
Depois pegamos o pôr do sol na ponte norte de Angkor Thom, antigo muro do centro da cidade de Angkor, e voltamos pro hostel.
Primeiro dia
Um casal de amigos espanhóis, Javi e Claudia, já estavam em Siem Reap há algum tempo e lhes faltava ver os templos mais distantes. Os dois estão percorrendo o Camboja e o Laos de bicicleta (sim, de Bangcoc a Vientiane em duas rodas!), mas como os templos Banteay Srei e Phnom Kulen estão fora da rota deles, fomos os 4 em um tuktuk.
O Phnom Kulen, ou o “templo dos mil lingas” é na verdade uma cachoeira cujas pedras foram escavadas.
Imagens hinduístas de deuses e falos (lingas) adornam o local – mas, honestamente? Não tem nada de mais.
Já o Banteay Srei é outra história: o templo tem entalhes preciosos e delicados. Valeu a viagem até lá!
Na volta, almoçamos em frente ao East Mebon (não entramos pra ver) e fomos ao templo mais impressionante (minha opinião!) de todos: Ta Prohm
Ta Prohm está em ruínas, dominado por árvores enormes, que cresceram suas raízes centenas de anos depois que Angkor foi abandonada ao tempo.
A destruição não foi causada por nenhuma guerra: foi o tempo, esse danadinho, que lentamente derrubou paredes e semeou a bela vegetação que agora domina tudo.
Saímos de lá a tempo de tentar ver o pôr do sol em Angkor Wat – que não foi tão bonito quanto o da ponte no dia anterior e estava cheio de gente…
Uma consideração importante:
Angkor é imenso. Não se sinta mal se não deu pra ver tudo. Respeite o seu cansaço.
15 templos em um dia pode não parecer muito quando se vê o trajeto no mapa, mas É COISA DEMAIS!
O passe de três dias permite que você vá ao sítio arqueológico em um intervalo de sete dias, então, se puder, relaxe: tire uns dias para descansar entre uma ida às ruínas e outra.
É difícil aproveitar um templo quando ele é o sexto do dia, por mais incrível que ele seja.
“Ser turista cansa”
Segundo dia
O dia mais longo de todos. Nem vou me dar ao trabalho de contar tudo. O importante é dizer que o melhor jeito de visitar Angkor é de bicicleta.
Com a bike, você para onde quiser, fica o tempo que quiser nos lugares e é mais barato (1 dólar). Toda a região é muito plana e só está a 5 quilômetros de Siem Reap.
Eu, Manuel e Mihal, uma amiga israelita que conheci no hostel, acordamos cedo para o nascer do sol: 5h já estávamos de pé.
Primeira parada: Angkor Wat.
Fiz um vídeo explicando a situação:
Depois fizemos uma boa parte do que chamam de “grande circuito”.
Highlight: Preah Khan, o irmão do Ta Prohm (mesma época, mesmo material, o tempo também se encarregou de tomar conta dele).
E, além do lugar ser bonito, tive um bônus: ter os maus espíritos espantados por essa velhinha legal.
Ao meio dia, dormimos numas redes penduradas no restaurante onde almoçamos – não era preguiça, é que o sol estava muito forte… Rs.
De tarde eu já estava exausta e nem curti os poucos templos por onde passamos… mas ainda sim foi legal encontrar macacos!
Terceiro dia
Dois dias de descanso depois, voltamos, eu e Manuel, a Angkor. Só fomos aos lugares preferidos: Ta Prohm e Bayon:
Passei o dia pedalando entre os templos, uma das atividades mais gostosas da região.
É meio surreal perceber que, onde hoje estão milhares de árvores, haviam casas, ruas, comidas, cheiros, lixo, barulho, risadas, amizades, brigas, enfim… uma cidade. A maior cidade da época.
Portada de Angkor Thom
Fiz um vídeo mostrando um pouco de como é estar nos templos:
E repito: o melhor jeito de percorrer tudo é de bicicleta, mas entendo se você ficar com preguiça, rs.
Recomendo passear de bike por pelo menos um dia, pra ficar mais livre para ir para onde quiser e sem muita gente indo atrás de você tentando vender coisas.
Depois do Laos agrário, entrar em Siem Reap, no Camboja, e ver shoppings, restaurantes caros, sorvete italiano de qualidade, ruas bem pavimentadas e pedintes nas ruas, dá pra pensar que estamos de volta à “civilização”.
De certa forma, estamos, ainda que meu hostel seja algo muito sulasiano. Eu fiz um vídeo para mostrar a arquitetura e organização bizarra do lugar (chama Garden Village e acho que Siem Reap tem opções melhores de hospedagem!!)
O motivo para estar em Siem Reap não é a sorveteira Blue Pupkin (foto abaixo), ainda que ela tenha sido uma parte importante da viagem!
Manuel, eu, Clau e Javi. Como não amar um lugar que tem sorvete, ar condicionado, sofás e wifi?
Não fui a nenhum outro lugar no Camboja porque tenho um voo pro Mianmar em breve. Uma pena, mas é preciso prioridades – e a minha vocês sabem qual é: MIANMAR!
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Que lindeza os entalhes e as árvores brotando no meio dos templos!
Livia, to adorando acompanhar a sua viagem! = )
Não sei como você consegue escrever com tantos detalhes em meio a tudo isso (a maior parte das pessoas desiste do diário de viagem logo nas primeiras paradas!), mas fico feliz que você consiga registrar essas grandes experiências! Especialmente porque por aqui a gente encontra tão pouca informação sobre o Sul da Ásia, né…
Já to pensando num roteiro por aí pras minhas férias!
Muito surreal! Ainda quero muito conhecer esse lugar! As árvores dão um toque mais do que especial!