Um pedaço perdido do Muro de Berlim na saída da cidade.
Os departamentos de turismo da Alemanha e da Dinamarca criaram em conjunto um caminho especial para bicicletas entre as duas capitais. São trilhas maravilhosas quase sempre bem cuidadas e sinalizadas que passam por lagos, rios, florestas e vilarejos simpáticos.
O site da trilha (em inglês, dinamarquês ou alemão) dá todos os dados necessários para quem quer se aventurar na trilha: hotéis e campings no caminho, pontos turísticos, o mapa para o GPS disponível para download.
Como não ficar tentada a embarcar nessa viagem? Pois é.
Que saudade da Frida, minha bicicleta alemã…
Segui as dicas de dois amigos espanhóis que estão rodando o sudeste asiático de bicicleta e fizeram uma lista do que era essencial ter. Comprei uma boa magrela de segunda mão em uma oficina mecânica, onde já fiz uma revisão e aprendi a trocar um pneu furado. Comprei também mochila especial pra bike, luzes, material para reparo de pequenos problemas que podem ocorrer no caminho, garrafa d’água, enfim, tudo que eu precisaria para a viagem. Só me esqueci de um detalhe: fazer uma auto revisão.
O caminho foi incrível nos dois dias que consegui pedalar, mas meu joelho direito não curtiu o impacto dos 120 quilômetros rodados em dois dias e pediu penico. Resultado: um trem de uma cidade no meio do caminho até Rostock, onde fica o ferry até a Dinamarca, e uma carona até Copenhagen. Minha bicicleta e todas as coisas que havia comprado alguns dias antes ficaram de presente para meu host em Rostock que achei via couchsurfing.
Me arrependo? De maneira nenhuma! É maravilhoso ter o controle total do caminho, ritmo de viagem, tempo de paradas e onde dormir. É deliciosa a sensação de liberdade conferida pelo fato de carregar todos os pertences com a força das pernas. As decisões são todas suas, nada mais.
Sem mencionar as paisagens alemãs que vi e que nenhum outro jeito de viajar proporciona (a não ser à pé, mas aí é outra loucura). As florestas, os lagos, as framboesas silvestres que colhi no caminho. Impagável!
Outra vantagem foi ter conhecido o cara que me hospedou em Rostock, que me deu todas as dicas para pedir carona em ferries e deu o empurrão que eu precisava para começar a me locomover a dedo. Foi bem útil na Noruega, meu próximo destino.
O mar entre a Alemanha e a Dinamarca é preto!
Uma pena que o joelho agora tem mais humores que uma velha reumática, mas espero que o tempo se encarregue de terminar a cura. Não desisti da proposta, quero me recuperar, continuar andando de bike e me preparar melhor para longas distâncias (com peso extra de bagagem). Se o blog ainda existir até lá, conto tudo por aqui!
Muito bacana o esse site que incentiva o pessoal a fazer esse tipo de viagem. Tenho vontade de fazer um tour de bike pela Europa, no momento penso na região da Toscana na Itália, mas a sua exposição sobre essa rota específica pode ser uma boa também.
Melhoras para vc e teu joelho, passou apenas uma batalha. Bola para frente.
Um abraço