Qualquer que tenha sido o cacique, xamã ou outro sacerdote que fez a dança da chuva ao redor de Bergen, pode chamar ele de volta e dizer que já deu. A segunda maior cidade da Noruega também é chamada de A Cidade da Chuva, não sem razão: é uma média anual de 2 metros e 250 mm de precipitação de água e mais de vinte palavras para tipos diferentes de chuva!
Obviamente, a minha primeira dica para quem quer ir visitar Bergen é: tenha um bom casaco impermeável.
A segunda é: não desanime com uma chuvinha a toa.
A terceira é: nunca perca de vista a previsão do tempo. Qualquer momento de não-chuva (o que não significa que vai estar fazendo sol, veja bem…) é um momento para subir uma das sete montanhas que circundam a cidade e que são responsáveis por tanta chuva num lugarzinho só.
Se não houvesse neblina daria pra ver a Fløyen, a montanha mais acessível do centro de Bergen
Fløyen é a montanha mais baixa e para iniciantes das montanhas ao redor de Bergen. Eu fui subindo até lá com meu host no couchsurfing em menos de meia hora e a vista valeu a pena (a neblina se abriu bem em tempo). Para os com dificuldade/preguiça/pouco tempo para caminhadas na subida, há um funicular que sobe até o alto por 14 reais o trecho. Ele foi inaugurado em 1918 e é muito bonitinho.
Bryggen em norueguês, cais ou desembarcadouro em português
O Bryggen (acima e na primeira foto do post, estampado no bueiro) é o maior símbolo e principal atração turística de Bergen. Ele é formado por diversas casas de madeira, as mais antigas da cidade, construídas pelos comerciantes que atuavam na região. Na época rolava a Liga Hanseática, criada por comerciantes no norte da Alemanha e que aliou cidades no mar Báltico e se estendeu até o do Norte (olá, Bergen!), por isso a arquitetura do Bryggen é alemã em essência.
Ainda que Bergen tenha sido fundada em 1070, ela foi inacreditavelmente (ou nem tanto, visto que tudo era feito de madeira) assolada por diversas queimadas que acabaram com tudo. O primeiro Bryggen foi construído em 1360, mas os edifícios mais antigos ainda de pé são de 1702. Ainda sim, impressionante para casas de madeira que aguentam chuva atrás de chuva todos os dias.
Vista de um dos corredores entre as casinhas do Bryggen
“Atrás” das casas da fachada existem casinhas menores que formam vilinhas muito fofas! Hoje em dia são todas lojas e restaurantes para turistas, além de um museu, a única parte paga da visita pelas casas.
Outras atrações
Além da região do Bryggen, não deixe de visitar o mercado de peixe, na beira do cais, onde dá pra comer peixes fresquíssimos (e caros) preparados à moda norueguesa – lute por um espaço entre as hordas de turistas japoneses. O forte, no fim do Bryggen, também é muito fofo (e grátis).
Para o outro lado da cidade há várias ruazinhas estreitas e antigas onde vale a pena se perder por um tempo – essa também é uma parte mais barata da cidade, onde o café Misjonen e outros refúgios agradáveis e “locais” se escondem. Também procure pela soperia Bastant para uma sopa barata e gostosa! Acredite, combina com o clima, mesmo no verão.
E não se esqueça da sua viking face!
Para os fjordes e além!
Bergen também é um ótimo ponto de partida para a costa oeste da Noruega e seus famosos fjordes (em português, fiordes porque o J tem som de I).
Chegando em Oslo, pegue o trem (de preferência diurno) a Bergen. Essa é uma viagem obrigatória! Não me invente um ônibus ou, pior, avião. A Bergensbanen é supostamente a melhor viagem de trem do mundo e eu não tenho como discordar.
Foto de Rolf M. Sørensen, eu estava dentro do trem boquiaberta e não consegui tirar uma foto à altura
De lá, vários barcos (caríssimos), ônibus e barcos (caros) ou pessoas que podem te oferecer carona (grátis) vão subindo a Estrada E6 rumo ao Pólo Norte ou descendo rumo a fiordes famosos ao redor de Stavanger (não fui, fica pra próxima..!). No norte também há mais fiordes famosos e só tinha tempo para escolher um. Fiquei com o Geirangerfjord, um dos mais famosos do país, e fiquei muito feliz com a escolha.
Existem pacotes oferecidos pelo próprio escritório de turismo de Bergen e que você contrata na hora, mas vocês sabem a minha opinião sobre pacotes de viagem. Prefiro ser independente :o)
Não percam o próximo post com os relatos da viagem de carona pela Noruega!
Todos esses posts apenas usando um galaxy s II???
sensacional!
Marco, agora voltei ao Brasil – deste post em diante, escrevi de casa mesmo 🙂