Como eu falei no post anterior, o governo do Mianmar não é o mais legal do mundo – na verdade, ele não está nem no top 100 dos mais legais.
Toda a estrutura para os turistas do país está amarrada por regras que controlam onde eles (nós) podem(os) ir, onde dormir, quais ônibus/trens/barcos tomar, como respirar, etc.
O governo também cobra ingressos para entrar nos maiores destinos de turismo – um dinheiro que não vai para a conservação deles (para onde ele vai? ~~~~Mistério~~~~).
É proibido dormir em mosteiros ou na casa de pessoas (prática comum em outros países do sudeste asiático). Couchsurfing, por essa razão, não rola a não ser que seja na casa de estrangeiros vivendo no país. E eu tenho quase certeza de que não é totalmente legal dar carona pra estrangeiros, mas eu peguei algumas sem problemas e com muita alegria.
De forma a financiar o menos possível esse estado controlador e não-legal com seus cidadãos, os guias de viagem que não boicotam o país pedem que os turistas usem o mínimo possível da estrutura do Estado, como hotéis do governo, barcos, trens, a companhia aérea do Mianmar. Eu fui mais além no boicote e conto aqui como evitei de pagar TODAS as taxas diretas do governo. As indiretas, como o tanto que os donos de pousadas particulares têm que pagar para a autoridade local ou a porcentagem do valor da passagem de avião que a AirAsia paga pro governo, não tem como evitar mesmo.
Entrada para o sítio arqueológico de Bagan:
São 10 dólares (8.000 kyat) teoricamente para o centro de conservação do local.
SÓ QUE NÃO.
Uma francesa no meu hotel em Yangon (a ex-capital do país até 2006 e, já que a atual capital é proibida pra estrangeiros, a base de entrada e saída do Mianmar para os turistas) estava no fim de sua viagem e me deu o ingresso dela. Teoricamente, ele vale durante todo o período que você estiver na região e você só precisa dele para hospedar-se em um hotel em Bagan (o formulário pede o número do ingresso, que não tem data ou qualquer coisa do tipo).
O que eu fiz, quando o ônibus parou para eu comprar meu ingresso, foi mostrar o tíquete da francesa e seguir viagem tranquila. De volta a Yangon, repassei meu tíquete a outro turista – é ou não é sustentabilidade? 🙂
Não fui ao lago Inle, mas parece que dá pra fazer o mesmo esquema de Bagan.
Entrada para a Shwedagon Paya:
O maior e mais importante templo do Mianmar, que fica em Yangon, cobra uma taxa de 5 mil kyat de entrada – pagos diretamente para funcionários do governo.
As 4 entradas principais, escadas lindas colocadas a norte, sul, leste e oeste da montanha onde está o templo, têm postos de venda/cobrança de ingresso.
Evite-os por uma das escadas laterais que saem das trilhas que dão a volta na montanha. Não é uma questão de economia: se a quiser dar dinheiro para o templo, deposite os 5 mil kyats em qualquer uma das caixinhas de recolhimento de doações dentro do templo.
Hotéis, trens, barcos do governo
Informe-se com outros viajantes e com locais simpáticos se o hotel que você quer ficar é do governo ou não e evite. Os trens e barcos são todos do Estado, então use-os o menos possível, se usar. Dê prioridade aos ônibus particulares e transportes alternativos, tipo vans, caminhonetes e caronas 🙂
Reserve seus hoteis no Mianmar
É bom ter pelo menos o hotel da chegada e da saída já garantidos na sua viagem para o Mianmar. Consulte aqui e reserve as melhores possibilidades para você!
Olá! tudo bom?
Estou lendo todos os seus posts sobre Myanmar. Gostaria de saber qual é o budget médio que você gastou, please!
Estou planejando minha viagem e estou mega perdida!
Obrigada!!
Ei!
Então, eu gastei em média 20 euros por dia lá (10 de hospedagem, 10 de comida, transportes, etc), mas isso foi antes do fim do boicote da União Europeia ao país… desde então, parece que os preços subiram bastante! Recomendo que você veja o blog de um amigo que visitou o Mianmar recentemente, o Norbert (em inglês, mas ele também fala espanhol se quiser tirar alguma dúvida!): http://globotreks.com/
Espero ter ajudado..
Beijo
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