Passeio pelas ruínas de Cartago

Se os fenícios tivessem ganhado essas guerras lá uns séculos antes do nascimento de Jesus, poderíamos ter sido invadidos por portugueses que falassem uma variante do árabe e não do latim.

 

Há muito tempo atrás, muito muito tempo mesmo, o controle do mar Mediterrâneo era disputado entre os Fenícios e os Romanos. Os Fenícios eram um povo originário do Norte da África e seus domínios se estendiam da Espanha até a Líbia, incluindo as ilhas da Sardenha, Córsega e um pedaço da Sicília.

 

Três guerras depois, entre os anos de 264 a 146 a.C., os romanos destruíram o mais importante entreposto púnico, Cartago, a ponto de deixar os arqueólogos sem muitas pistas de como seria a cidade fenícia naquela época. Cartago era um grande centro comercial, uma parada quase obrigatória a todos os navios que estivessem em trânsito pelo Mediterrâneo.

 

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Imagine os mercados de Cartago à beira-mar, exalando cheiros da Ásia, Europa e África, línguas das mais variadas, cores, pessoas, histórias.

 

O fim das guerras púnicas com a vitória de Roma foi decisiva para que a civilização crescesse e afirmasse seu poder sobre toda a Europa, parte do Oriente Médio e da costa africana. Ninguém mais segurava essa civilização em ascenção!

 

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Se esse pezão é de um soldado romano médio, os fenícios não tinham chances de ganhar de jeito nenhum mesmo…

 

Cartago hoje é um sítio arqueológico dentro da Região Metropolitana de Tunis. Sobre as ruínas da cidade fenícia foi construída outra Cartago – desta sim dá pra ver as ruínas de mármore e imaginar-se no meio do povo.

Ao lado dos morros onde se situava Cartago, uma mesquita gigante, enorme mesmo, no meio de um descampado onde não há mais nada: ela foi construída pelo ditador Zine el Abidine (deposto em 2011 durante a Primavera Árabe) exclusivamente para que ele pudesse rezar sozinho.

 

Mas enfim, voltemos à Cartago antiga, essa que há dois milênios floresceu, cresceu e por fim acabou esquecida. Se você estiver na Tunísia e curtir história, as ruínas de Cartago são praticamente visita obrigatória. O sítio arqueológico é grande, mas uma manhã bem aproveitada é suficiente para ver os lugares principais, o museu onde estão as estátuas e mosaicos que não foram roubados por outros países e ainda voltar para as ruínas para se imaginar na cidade antiga, no alto de um morro aos pés do mar mediterrâneo lindíssimo, as grossas paredes muradas e o movimento das pessoas.

 

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Com algum esforço a mais, dá até para imaginar Hanibal, o principal general da cidade, observando tudo do alto de seu palácio antes de ele perder a segunda guerra púnica. Ok, viajei 😛

 

Minha sugestão para um passeio por Cartago é pegar o trem TGM Carthage–Hannibal, que para perto das ruínas mais legais: o Teatro Romano, os banhos de Antonine, que são as maiores casas de banho fora de Roma, e o que restou de melhor preservado das construções púnicas. Chegue até o museu e tente “recolocar” as estátuas e mosaicos de volta em seus lugares de origem (templos, casas, lojas) com a sua imaginação.

 

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Mosaico que antes ficava no chão de uma casa romana.

 

Recomendo fazer esse passeio bem cedo de manhã, para evitar o sol forte do meio dia, e depois iria a Sidi Bousaid, que fica bem perto de Cartago, para almoçar comidinhas de rua e flanar até o belíssimo por do sol da região 🙂

 

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