O tal Taj Mahal

Taj Mahaaaaaal, Taj Mahal, tche tche tchere tche re tche tche tchere tche re tchê!

Este é um post sobre o Taj Mahal indiano e não sobre a música do Jorge Ben. O vídeo acima é só trilha sonora tropical para a sua leitura!
Um mausoléu feito de mármore branco, construído dentro de um complexo com mais outros três edifícios, jardins e espelhos d’água. As construções são obsessivamente simétricas e carregadas de história. O lugar inteiro é lindo, mas a beleza da construção principal, branca e brilhante, rouba todas as atenções.

O Taj Mahal foi construído para abrigar o corpo de Aryumand Banu Begam, apelidada Mumtaz Mahal (a jóia do palácio), terceira esposa do impertador Shah Jahan. Ela morreu ao dar a luz ao 14º filho de Jahan, que, desolado por perder a sua mulher favorita e mais amada, ordenou a construção do Taj para homenageá-la. 5 anos antes da finalização das obras, Shah Jahan também morreu e foi enterrado ali, ao seu lado.

Se você vai à Índia, o Taj é aquele tipo de monumento “você tem que ir”. Tenho preguiça desse tipo de coisa “você não pode perder”, mas fiquei feliz de ter separado um dia da viagem para vê-lo – valeu o esforço.

E nem foi tanto esforço assim.

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Esse acima é o Fernando, amigo brasileiro, fotógrafo, que também deu uma volta ao mundo em 2012. Viajamos juntos na Índia por 4 semanas e foi uma ótima companhia 🙂

Saímos de Delhi bem cedinho e chegamos em Agra antes das 10 da manhã. Deixamos as malas em um hotel bem próximo ao portão de entrada principal e seguimos ao nosso destino: o Taj.

A entrada custa 750 rúpias para estrangeiros (15 dólares) e a visitação é permitida todos os dias exceto sexta-feira (quando só muçulmanos podem entrar, pois lá também funciona uma mesquita).

É proibido comer, fumar, usar tripé pra fotografar e tirar qualquer tipo de fotografia dentro do mausoléu (o lado de fora tá liberado!). Leve uma garrafinha de água!

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Entramos pelo Royal Gate, que é o portão principal. A construção é muito linda maravilhosa, como mostra a foto acima. As paredes são bastante detalhadas, esculpidas em mármore e arenito vermelho.

O único problema desse portão (e dos outros 3 que marcam as entradas do complexo) é que nos esquecemos completamente dele ao atravessá-lo e avistarmos o Taj Mahal.

Pá na cara dos inimigos do Shah Jahan:

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É hipnotizante.

Ao entrar, dá até pra esquecer os milhares de turistas em volta tirando selfies e fotos em grupos com poses ridículas.

Diante de tanta farofa, deixei também a minha contribuição: XUXING. 

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É difícil achar uma posição sem turistas para tirar uma foto do Taj lá da porta do Royal Gate, mas fora esse local, bem na entrada, dá pra passear tranquilamente pelos jardins do lado de fora do Taj e ficar observando toda aquela magnitude, de vários ângulos sem muito incômodo.

Para entrar no mausoléu (a construção principal, o Taj Mahal em si), tem também uma fila, mas (ainda que longa) ela andou rápido. Dentro do mausoléu é proibido tirar fotos e existe um percurso bem definido, então não tem nem como ficar tempo demais lá dentro. Muitas das riquezas do Taj foram saqueadas durante os séculos, especialmente na época da dominação inglesa, de 1858 a 1947. Dizem que dentro havia muito ouro, pedrarias e outras preciosidades, mas pouco restou além da arquitetura… Mas ainda sim, é uma construção impressionante.

Shah Jahan era um Mughal (grupo persa que dominou a Índia do século XVI a XIX) e o Taj é considerado o exemplo mais incrível da arquitetura Mughal, que mistura elementos da arquitetura islâmica, persa, otomana e indiana. Ustad Ahmad Lahauri é considerado o arquiteto responsável pela sua construção.

O mármore branco, principal matéria prima do Taj, é super delicado. A poluição de Agra começou a ameaçar sua integridade, por isso os veículos motorizados ficaram proibidos ao seu redor (500 metros). O que é ótimo: não há fumaça e também não há barulho de motocicletas. E acredite, essa vantagem é ainda maior na Índia, com suas motocas e carros buzinando 24h/dia.

Depois de visitar o interior do mausoléu, eu e Fernando achamos uma sombrinha ao lado de uma escada no terraço e nos sentamos para observar a construção e absorver tudo o que estávamos experimentando ali.

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A visita não demorou muito tempo. Saímos e fomos direto almoçar.

Recomendo que você visite o Taj Mahal bem cedo de manhã, assim o sol não está tão forte enquanto você fica na fila para entrar no mausoléu e vai dar pra ver tudo com calma antes de a fome apertar. Não existe comida nem bebida à venda no local.

Depois da visita, contratamos um tuctuc para nos levar e buscar no Red Fort, ou Forte Vermelho, a outra grande construção de Agra e onde moraram os imperadores Mughals e família, como Shah Jahan e Mumtaz Mahal.

Lá de dentro, a visão do Taj ao longe chama a atenção. Se você for ao Taj, tente ir também ao Red Fort, vale a visita!

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O rio Yamuna, que corre atrás do Taj, é como todos que vi na Índia: muito poluído. Lixo se acumula nas margens, principalmente plástico, e suas águas estão secando também (e isso pode estar causando a inclinação das torres nas laterais do Taj Mahal).

É muito triste. A situação ambiental da Índia, no geral, é muito triste.

Finda a visita no forte, nosso motorista queria nos levar para outras lojas no caminho do hotel, para receber comissão. Ficamos com dó do cara e fomos na primeira, onde vimos como se faz um tapete persa. Mas na verdade a visita foi um saco: não queríamos comprar nada e os vendedores podem ser muito insistentes.

Não concorde em ser levado a lugares que você não quer ir! E brigue se estiverem te levando mesmo assim! Na Índia você tem que lutar para fazer sua vontade prevalecer.

Se deixar, você é levado de uma loja, acaba se hospedando em um hotel que não quer, comendo onde não gostaria, etc. Mesmo com esse contratempo, fomos firmes na decisão de voltar para o hotel e não passeamos por mais nenhuma loja. Esticamos as pernas, tomamos banho e seguimos para a estação de trem, rumo a Varanasi. É, a gente não dormiu em Agra, usamos o hotel como uma “base de operações”, rs.

O Taj Mahal fica em Agra, a +- 2h de trem de Nova Delhi. Chegando na estação de trem de Agra, pegue um tuc-tuc até o Taj Mahal.

Aberto de Sábado a Quinta-Feira (sextas, só para muçulmanos), do nascer ao pôr do sol.

Existe uma visita noturna especial durante a lua cheia – dizem que o mármore fica fluorescente sob os raios do luar. Se estiver nas proximidades durante o plenilúnio, tente sincronizar as datas que vai até Agra! E me conte como foi depois 🙂
Mais informações (em inglês) no site oficial: tajmahal.gov.in

3 comentários em “O tal Taj Mahal”

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