Pode esquecer aquela imagem de México deserto que está impressa na sua cabeça. O país é grande e diverso, assim como o Brasil. Tem o Caribe de eterno verão, o mar no Pacífico que é mais frio, o deserto no norte (perto dos EUA, de onde vêm os cactus e com ele o tequila e o mezcal), tem as florestas no sul perto da fronteira com Belize, tem montanhas, tem planícies…. E aqui na Cidade do México chove. Chove muito!
O terreno onde está a capital mexicana está sobre um lago, o Texcoco, que seca cada vez mais para atender a demanda da capital mexicana. À medida que a cidade cresce, ela também afunda: estima-se que uma média de 7 centímetros por ano. E aí chove e alaga várias partes, que estão abaixo dos níveis dos canais de drenagem (que secaram boa parte do lago), canais estes com água poluída pelas fábricas instaladas por aqui. É triste, é horrível, mas a vida segue como sempre, do jeito que dá. Muita gente nem sabe que estamos sobre um dos maiores aquíferos do mundo (até que tudo seque de vez).
Todo esse blablabla é pra dizer que aqui tem chovido muito, ainda que a promessa era de que as precipitações iriam acabar em outubro. Acho que é tudo parte da loucura global que está trazendo a seca pro sudeste brasileiro e pra Califórnia – El Niño? La Niña? Macumba? Juízo Final?
Enquanto espero a chuva passar debaixo de uma marquise a caminho do Mercado de Coyoacán, depois de correr desesperada pela pista de cooper do Vivero de Coyoacán (sem os sapatos e roupas adequadas para o dito cooper), mentalizo as nuvens descendo daqui até o reservatório da Cantareira em São Paulo, mas acho que, nessa luta contra o clima, só São Pedro e o Cacique Cobra-Coral podem combater.
Foi uma mudança muito brusca, viu? Do calor louco e seco de São Paulo para a umidade friazinha do Distrito Federal mexicano. Hoje fez 15 graus e já me arrependi de ter tirado um casaquinho da mochila. Mas essa é uma oportunidade de comprar um abrigo xicano, né? Bora transformar as adversidades em oportunidades!
Na foto do post, um pedacinho do Vivero de Coyoacán, onde o governo cultiva todas as mudas que suprem as praças, parques e canteiros públicos da Cidade do México. Prometi a mim mesma voltar com menos pressa e(espero) num dia de menos chuva.
Outubrochove, então foco nas atividades próximas para não ser pega de surpresa num lugar longe e desprotegido em caso de temporal sem aviso.
A missão da semana é comer “chile en nogada”, um prato típico dessa época do ano por ser o prato da independência do México (dia 16 de setembro). Ele tem as cores da bandeira, vermelho, branco e verde, e é agridoce, uma das poucas comidas daqui que não são apimentadas.
Em tempo: não estou achando a comida daqui tão caliente assim. Resta saber se é porque estou sendo protegida pelos deuses astecas ou se o treinamento pré-Mex de me acostumar com comida picante deu certo.
Hospede-se na Cidade do México
Pra mim, o melhor bairro pra se hospedar: perto do metrô, do metrobus (BRT) e de diversos bares e restaurantes
Hostel 333 – o hostel onde trabalhei na Cidade do México. Excelente localização, preços baixos, festas no terraço.
Hostel Home – hostel parceiro do Hostel 333 – mais calmo e com excelente wifi, hehe.
Opções no Centro Histórico:
Hostel Mundo Joven