Cheguei já querendo ir passear pela Cidade do México de bicicleta. É que aqui é muito plano e os carros sabem conviver com as bikes numa boa. Tudo bem que ninguém respeita os sinais e placas de trânsito – furar o farol vermelho é praxe, especialmente à noite – mas os carros não costumam andar rápido e loucamente como em São Paulo.
Averiguei que a infraestrutura ciclável deixa a desejar: são poucas ciclovias e elas estão mal cuidadas, assim como toda a parte viária da cidade. Em compensação, muitas ruas largas são mão única, o que facilita o compartilhamento das vias com os carros e ônibus. A Gabi me emprestou por uma semana o cartão da EcoBici que utiliza na Cidade do México e usei as bicicletinhas vermelhas para todo o lado.
O sistema de compartilhamento de bicicletas EcoBici é organizado pela prefeitura desde 2010 e tem estações na zona central da cidade – não está por todos os lados, mas serviu pra me levar para o centro e outros lugares turísticos. O chato é que o cadastro no sistema só pode ser feito por quem tem conta de banco aqui no México… eles ainda precisam melhorar bastante!!!
Turistas (e mexicanos também) podem usar as BiciGrátis, empréstimos de bicicletas gratuitas de terça a domingo por até três horas. As bikes deles são inclusive melhores que as EcoBicis, mas infelizmente eles só funcionam até as 6h da tarde (aos domingos, até as 4h30 da tarde). Com as BiciGrátis, é preciso pegar e devolver a bike no mesmo lugar, deixando como garantia dois documentos de identidade (para não-mexicanos, um deles precisa ser o passaporte), mas dá pra passear bastante por uma zona e depois devolver, numa boa.
E mais um estímulo á bicicleta: aqui, todos os domingos, de 8h às 14h, 40 Km de ruas e avenidas são fechadas para os carros – as pessoas só podem circular de bicicleta, patins, skate e à pé. Uma dessas vias é a Avenida Passeo de la Reforma, saindo de frente do Parque Chapultepec e passando em frente ao Museo de Bellas Artes, quase no coração da cidade.
Hoje de manhã eu saí de casa usando uma EcoBici e “trombei” acidentalmente com as vias fechadas para os carros. Que surpresa agradável! Muita gente na rua: esportistas, velhinhos, crianças, casais, turistas… bicicletas de todos os tipos, de todas as velocidades.
A prefeitura também cria uma estrutura de reparo de bicicletas, aulas de yoga, alongamento e centro médico ao longo das vias no domingo, estimulando a prática de exercícios físicos e o uso da bicicleta como lazer.
Vantagens de passear na Cidade do México de bicicleta:
– a cidade é plana, por isso não exige muito esforço físico
– existe estrutura suficiente de ciclovias nas grandes avenidas do centro e as ruas secundárias são, em geral, tranquilas
– a prefeitura oferece bicicletas grátis em algumas zonas turísticas, basta deixar o passaporte e outro documento oficial como garantia
– os carros sabem conviver com as bicicletas contando que você fique à direita e sinalize quando for virar
– o trânsito é, em geral, cuidadoso, os carros não andam muito rápido dentro da cidade
Pontos de atenção para passear na Cidade do México de bicicleta de forma segura:
– tenha um mapa! A sinalização das ruas não é muito boa. Ou então não tenha vergonha de perguntar pras pessoas pedindo informações
– cuidado com os cruzamentos, os sinais de trânsito não são muito respeitados. Tem gente que avança faróis e até entra na contra-mão
– fique de olho na pista, por causa das chuvas e alagamentos na cidade e falta manutenção, muitas vias são esburacadas
Hospede-se na Cidade do México
Pra mim, o melhor bairro pra se hospedar: perto do metrô, do metrobus (BRT) e de diversos bares e restaurantes
Hostel 333 – o hostel onde trabalhei na Cidade do México. Excelente localização, preços baixos, festas no terraço.
Hostel Home – hostel parceiro do Hostel 333 – mais calmo e com excelente wifi, hehe.
Opções no Centro Histórico:
Hostel Mundo Joven