Que me desculpem os leitores praístas, mas depois de vários dias relaxando na praia em Punta del Diablo eu tava doida pra dar uma chacoalhada na rotina, ver uma paisagem diferente, mexer o corpo, explorar a região. As possibilidades de passeio mais próximas a Punta del Diablo são o Parque Nacional Santa Teresa, a Fortaleza Santa Teresa (que fica dentro do Parque Nacional) e a Laguna Negra, lagoa que “espreme” Punta del Diablo entre água doce e salgada.
Achamos que ia dar pra fazer tudo num só dia, mas a Laguna Negra acabou ficando pra próxima viagem: só a avistamos de longe, lá do alto da Fortaleza.
Foram aproximadamente 26km de pedalada à beira-mar junto com minha amiga do peito Luísa Costa, por florestas subtropicais do Parque Nacional Santa Teresa e campos de pastoreio uruguaios. Um passeio super gostoso e fácil de ser feito mesmo por quem está fora de forma! Ok, tem um trecho de subida, mas é curto e as nossas bicicletas de 21 marchas e pneus largos alugadas pela BiciUruguay deram conta de nos ajudar a superá-las, hehe. E, quando batia o cansaço, era só parar, tomar uma água e aproveitar a paisagem 🙂
Na ida, passamos por ruas de areia e terra por dentro de Punta del Diablo, o povoado Santa Teresa, a entrada alternativa do Parque Nacional Santa Teresa e o caminho por dentro de lá até a Fortaleza. Na volta, depois de um descanso com sorvete e cervejinha no bar em frente à Fortaleza, pedalamos pela Ruta Nacional 9, caminho direto que separa a reserva ecológica de campos de pastoreio. Achamos que íamos chegar mais rápido, e só depois que montei o mapa abaixo é que percebi que na verdade o caminho pela Ruta 9 da Fortaleza a Punta del Diablo é mais longo!
Chegamos em casa cansadíssimas, mas muito felizes – e a tempo de ver o sol se pôr na chegada a Punta del Diablo.
Assista ao vídeo com os stories do passeio!
Fiz este mapa aqui pra mostrar o caminho em detalhes. Vá navegando pelos pontos para ler mais sobre a nossa aventura!
Abaixo, algumas fotos e relatos sobre esse dia tão gostoso 🙂
Alugamos as bicicletas do passeio no Hostel Vente al Diablo, que é parte da rede da BiciUruguay. Pelo site da BiciUruguay dá pra ver quais hostels participantes têm bicicleta pra alugar ou dá pra reservar pelo site e pedir pra entregar onde você estiver. O aluguel é de 12 dólares ao dia, com preços especiais para quem quer reservar por mais tempo.
A trilha até Santa Teresa não é sinalizada. Fomos seguindo o caminho indicado pela recepcionista do hostel. Nas encruzilhadas, fizemos escolhas por feeling ou perguntamos a quem pudesse ajudar.
Eu e Lú saímos pedalando do Vente al Diablo até a estrada que leva para a Ruta 9, o Bulevar Santa Teresa. Pegue a rua lateral logo após o supermercado Super Gatuzo.
A gente errou o caminho e virou antes do Super, logo na esquina…. depois de pedalar por umas ruas residenciais, percebemos o erro, voltamos e pegamos a rua seguinte.
Essa parada de ônibus (parada 2) é onde você realmente tem que virar pra ir a Santa Teresa por dentro.
O caminho passa por uma área residencial até descer em direção ao mar. Nesse ponto da estrada, tem um estacionamento e as pessoas terminam de chegar até a praia à pé. Seguimos pela estrada à esquerda. Existem umas trilhas de areia, mas são densas demais para as nossas bicicletas, chegou um ponto que tivemos que descer e empurrar.
A vantagem é que o caminho é lindo, tem uns matos com flores interessantes. Estávamos perdidas, mas nos divertindo muito!
Depois de alguns metros, reencontramos a estrada que dava pra pedalar, que segue ao longo da Playa Grande (na foto acima), depois entra numa pequena floresta e chega numa encruzilhada.
Na encruzilhada tem uma barraca que vende empanadas, água e outras provisões para seguirmos o passeio. Oba!
As empanadas de peixe têm massa grossa e são fritas. O tempero tava bem gostoso.
Fomos em direção ao Parque Nacional Santa Teresa e entramos por uma entrada que não está controlada por guardas – não tinha posto de atendimento e por isso não registraram nossa chegada (não paga nada pra entrar no Parque, mas eles registram quem passa o dia por ali ou entra com a intenção de acampar).
Quando saímos pela portaria principal, o guardinha pediu nosso papel de entrada, que obviamente não tínhamos, hehe. Mas não deu nada, ele ficou meio confuso por não termos feito a burocracia mas a gente já tava indo, seguimos viagem e pronto.
Virando pra dentro da estrada dentro do Parque, achamos algum lugar com informações turísticas!! Nesse postinho, pegamos um mapa do Parque Nacional e nos informamos sobre como chegar até a Fortaleza, nosso destino final.
Passamos por uma Pajarera (tipo um viveiro) com aves da região que era MUITO legal! Não tenho fotos, mas o vídeo mostra essa passagem cheia de cantos de pássaros:
O vídeo é o mesmo que postei lá em cima, mas aqui ele deve começar quando passamos pela Pajarera, à altura do minuto 3’19’’ 🙂
Quase chegando à Fortaleza (já dava pra ver ela no altinho do morro), passamos por umas ruínas do antigo povoado Santa Teresa (que ficava em volta da Fortaleza). Não tem sinalização, mas é fácil perceber as construções de pedra que marcam onde ficavam as casas. A vista lá de cima é linda!
Pensando agora, talvez fosse melhor não ter subido nas ruínas, mas não tinha regra alguma em lugar algum… nem uma plaquinha com informações. Uruguai Selvagem. Cabe a nós, visitantes, cuidar do espaço.
Ali das ruínas, e também do alto da Fortaleza, ao longe dá pra ver a Laguna Negra, que infelizmente não deu pra visitar nesse passeio…
A entrada da Fortaleza Santa Teresa custa 40 pesos uruguaios (+- R$4,50) e guardaram nossas bicicletas na bilheteria com muito cuidado.
A Fortaleza Santa Teresa foi uma das mais importantes do Uruguai, construída em 1760. As muralhas foram erguidas em um pentágono de lados assimétricos, não são muito altas, mas já estão localizadas em cima de um morro, com boa visão de todos os arredores. O mar e a Laguna Negra podem ser avistadas lá de cima (dá pra ver mais imagens no vídeo do passeio).
Dentro da Fortaleza tem alguns pontos de interesse, como capela, local onde eram armazenadas armas e outros compartimentos bélicos. Isso não me interessou tanto quanto a vista e a grama aveludada que cobre a maior parte da parte interna da fortaleza.
Em frente à Fortaleza tem um barzinho, onde paramos pra tomar uma cerveja (e sorvete no meu caso, hehe) e descansar observando a Fortaleza antes de voltar a subir nas bikes e nos dirigirmos à Punta del Diablo.
No caminho de volta, passamos pela entrada oficial do Parque Nacional e uma família viajando de moto tirou uma foto nossa 🙂
Para mudar a paisagem (e achando que íamos chegar mais rápido, ainda que hoje, fazendo o mapa pra esse post, eu tenha percebido que esse caminho tem 1km a mais que o da ida, affff), depois de passarmos pela Pajarera nós pegamos a Ruta 9.
De um lado da estrada a gente tinha a floresta subtropical do Parque e do outro uma região de pasto. Era bem doido pedalar entre esses dois contrastes (mostrei esse contraste no vídeo do passeio, minuto 5’37’’).
26km depois (na verdade mais, já que nos perdemos algumas vezes e tivemos que voltar pro trajeto hehehehe), chegamos à nossa casa com o sol ainda iluminando o caminho!
Devolvemos as bicicletas no Hostel Vente al Diablo e andamos até a casa que alugamos na Playa de la Viúda (que fica na mesma rua do hostel, aliás). Nossa casa, El Medaño, é essa de madeira à esquerda na foto, bem de frente pro mar <3
Onde se hospedar
Nossa turma de 8 mulheres (no final fomos 7, uma teve um problema de saúde e não pôde viajar…) alugou esta casa durante 10 dias. Toda construída em madeira, a 200m da praia, com deque com vista pro mar, churrasqueira, cozinha americana conectada à sala, dois quartos, dois banheiros + sofás-cama na sala por 1700 dólares (212 dólares para cada, +- 700 reais). Avaliamos opções até mais baratas, mas decidimos que pagar pra ter um banheiro a mais valia a pena, hehe.
Se você nunca usou o AirBnB, alugue por este link e ganhe 100 reais de crédito!
Além do AirBnB, outros sites oferecem casas para alugar por temporada no Uruguai. Entre os sites uruguaios, o Casas en el Este tem várias opções bacanas e a navegação do site é boa. Para ter mais noção da diferença de preços em alta e baixa temporada, o Vivi Rocha pode ser um ótimo lugar para procurar.
Vale dizer que em todos os sites exceto o AirBnb você irá conversar diretamente com o proprietário (ou corretor imobiliário), pois a transação monetária é realizada diretamente com quem aluga. Isso dá margem para negociação de valores, mas ao mesmo tempo pode abrir margem para inseguranças e problemas de comunicação… nós alugamos pelo Casas en el Este e fizemos um depósito no ato da reserva, para pagar o restante em dólares quando chegamos na casa. O problema foi que na hora de transferir o dinheiro para o Uruguai, acabamos por pagar um valor mais alto pelo dólar – e consequentemente tivemos que levar mais dólares para pagar a segunda parcela do aluguel…
Hoteis e hostels em Punta del Diablo
Caso não queira alugar uma casa, aqui vão algumas opções de hospedagem em Punta del Diablo:
Quanto mais perto da Playa de los Pescadores, mais no “centro” da cidade você vai estar. Ficamos na Playa de la Viúda, que é uma região mais afastada e tranquila, mas ainda sim bem fácil de percorrer a cidade à pé.
Compay Hostel Punta del Diablo
Hostel La Casa de las Boyas
Hostal del Diablo
Laguada Hostel
Hostal Vente al Diablo
Hostel El Nagual
Mar de Fondo Hostel
El Indio Hostel
Wanderlust Mini Hostel
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Adorei o passeio com voces. Beijos.
<3 obrigada!