A Cantina San Luís, no bairro Roma Norte, foi a primeira balada que conheci no México. Ela é parte de uma tradição de cantinas parecidas com cabarets que teve seu auge nos 1970 e 80, mas continua funcionando até hoje. Não cobram entrada, mas é preciso apresentar identidade na porta (a minha carteira de motorista bastou). Lá dentro, além dos bartenders, músicos e garçons, trabalham também as ficheras mexicanas.
Ao chegar, vimos o amplo salão com várias mesas em volta de uma pista de dança elevada, onde no fundo está alojada uma banda que toca salsa e cumbia com um vocalista muito simpático que interage sempre com as pessoas que estão dançando. A decoração é kitch, com cortinas escondendo a estrutura de holofotes na pista de dança, letreiros luminosos, luz baixa e vermelha (os garços andam com lanternas para iluminar o cardápio de tão escuro que é).
É divertido e um lugar para conhecer um lado bastante peculiar da cultura mexicana.
Logo que olhei para a pista, notei a presença das famosas ficheras mexicanas, mulheres com vestidos bastante espalhafatosos, curtos e decotados, que são como… prostitutas da dança? Não sei se é correto falar assim sobre elas, mas o fato é que essas mulheres cobram para dançar com os homens que as solicitarem (e nada mais! Pelo menos não no San Luis).
Funciona assim: as ficheras ficam sentadas sozinhas em suas mesas até que são convidadas a sentar-se com algum homem que as solicite. Uma vez na mesa do cliente, elas pedem bebidas para ela e para ele (geralmente as mais caras, elas recebem da casa uma porcentagem do que consomem) e ficam conversando até o homem chama-la para dançar. Cada música é cobrada e o cliente pode escolher dançar apenas uma vez ou continuar com ela a noite toda, sempre dançando, claro!
Mas o San Luís não tem só ficheras e homens que as solicitam, o público é diversificado: quando fui, havia homens mais velhos, casais jovens, grupos de amigos que pareciam celebrar o aniversário de alguém e turistas. Muita gente dançava, alguns de forma desengonçada (eu, rs) e outros quase profissionais. É bastante interessante de apenas observar, mas por favor, se for, vá arriscar uns passos na pista também! Infelizmente, sala e cumbia são ritmos para casais e no México isso tipo uma lei (alô, machismo), mas alguns grupos de turistas subiram ao palco em rodinhas também, além de ter visto alguns pares de mulheres dançando juntas (também turistas).
A cada música, todos os dançarinos da pista devem sair e voltar para suas mesas – é nesse momento que as ficheras cobram de seus clientes – o preço é 30 pesos atualmente.
O bar mal serve comida, o foco é a dança e a bebedeira, então vá alimentado. No menu estão disponíveis destilados e cervejas – a cada pedido de destilado, vem um acompanhamento para compor um drink: se você pedir rum, chega também uma coca cola, se pedir vodka, acompanha um suco, se pedir tequila, vem limão, sal e uma dose de suco de tomate com sal com pimenta na borda, por exemplo.
Mulheres, não deixem de ir ao banheiro: no feminino estão disponíveis maquiagens que as ficheras usam para retocar e os biombos que separam os boxes são super baixos – de pé, eles batiam abaixo do meu ombro! Um lugar para uma excursão antrolpológica de uma parte do México que ficou para trás.
Rua San Luís de Potosí, 26, entre ruas Mérida e Frontera, Roma Norte, Cuauhtémoc, Cidade do México
Bem perto da estação do metrô Hospital General
Entrada grátis, mas leve algum documento de identidade!
Hospede-se na Cidade do México
Pra mim, o melhor bairro pra se hospedar: perto do metrô, do metrobus (BRT) e de diversos bares e restaurantes
Hostel 333 – o hostel onde trabalhei na Cidade do México. Excelente localização, preços baixos, festas no terraço.
Hostel Home – hostel parceiro do Hostel 333 – mais calmo e com excelente wifi, hehe.
Opções no Centro Histórico:
Hostel Mundo Joven